Construtoras queimam estoque em SP
No primeiro semestre do ano foram vendidas 14.368 unidades e lançadas 8.150
12 de agosto de 2009 - As construtoras e incorporadoras estão queimando os seus estoques de imóveis construídos nos últimos 35 meses na capital. No primeiro semestre do ano foram vendidas 14.368 unidades e lançadas 8.150. Ainda assim, existem entre 13 mil e 14 mil "na prateleira". E esse movimento faz com que agora seja um bom momento para investir em imóveis ou comprar a sonhada casa própria.
"É hora de pechinchar para conseguir preços mais baratos no imóveis em estoque, pois a maioria dos lançamentos ficaram para o segundo semestre", comenta Luís Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
De acordo com balanço do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) e da Embraesp, as 8.150 unidades lançadas na capital no primeiro semestre deste ano representam uma queda de 51,5% em comparação com as 16,8 mil lançadas nos primeiros seis meses de 2008.
Contudo, o volume de vendas foi semelhante ao apresentado no primeiro semestre de 2007. Neste ano, o acumulado é de 14.368 e o de dois anos atrás era de 14.430. "A expectativa é de fechar o ano com vendas semelhantes às de 2008, com cerca de 32 mil unidades comercializadas", afirma Celso Petrucci, economista chefe do Secovi.
Para presidente do sindicato, João Crestana, os números do primeiro semestre mostram uma retomada das vendas a patamares semelhantes ao período pré-crise, que se acirrou em setembro do ano passado.
"O consumidor também reagiu melhor ao período de crise, com mais confiança e não parou de comprar, ao contrário do que se acreditava. Já os empresários do setor foram cautelosos e seguraram os novos empreendimentos. Além disso, a retomada do setor é diferente da de outras áreas, demora pelo menos seis meses para acontecer", explica.
Na Região Metropolitana de São Paulo, o número de lançamentos também caiu, com 55% menos unidades do que no mesmo período de 2008. Foram 14.220 neste ano contra 31.750 em 2008. Mesmo assim, de acordo com Pompéia, as cidades do entorno de São Paulo têm compensado o volume cada vez menor de lançamentos na capital.
"O que faz o número de empreendimentos cair em São Paulo é a questão do preço do terreno. Com a nova lei de zoneamento, a capacidade construtiva cai pela metade e as construtoras acabam elevando o nível e preço dos imóveis", diz Pompéia. Segundo ele, na Grande São Paulo há 300 empreendimentos em fase de construção.
Fonte: Jornal da Tarde - SP