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Construtoras têm projetos espalhados por vários Estados

Texto: Redação AECweb

Aquecimento de mercado causa aumento de custos de mão de obra e aluguel de equipamentos

25 de novembro de 2010 - O cenário que combina um aquecimento generalizado no mercado nacional da construção civil, crescimento no número de clientes impulsionado pela "nova classe média" e o desenvolvimento de polos econômicos regionais proporcionou uma nova realidade para as construtoras que atuam na área de shopping centers. As carteiras de clientes estão cada vez mais espalhadas por diversas regiões do país e a expectativa é de que a massa de consumidores incorporada nos últimos anos ao público-alvo dos shoppings mantenha em alta as encomendas de obras.

Em contrapartida, as negociações com os empreendedores dos centros comerciais têm que levar em consideração uma conjuntura de custos crescentes e elevado uso de capacidade no setor.

Além de ainda existirem oportunidades de negócios em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais, há empreendimentos surgindo por todo o Brasil. "Dos dez shoppings que estamos construindo atualmente, 50% estão localizados fora da região Sudeste, que sempre concentrou os empreendimentos do setor. Os outros 50% são três obras em andamento no Centro-Oeste e duas no Nordeste", afirma o diretor de edificações privadas da Concremat, André Marinho de Vasconcelos.

Dos 17 contratos em andamento da Racional Engenharia, nove são da área de shoppings, sendo duas obras recentemente entregues, o BH Shopping, na capital mineira, e o Park Shopping Barigui, em Curitiba. Dos demais empreendimentos que ainda estão em obras, dois se localizam no Rio (VillageMall) e São Paulo (Mooca Plaza) e os outros em outras cidades. "Há uma tendência de descentralização das obras do setor em direção a novos polos econômicos do país", diz o gerente sênior do Núcleo de Desenvolvimento de Negócios da Racional, Marcos Vicelli, citando como exemplo o Shopping Sete Lagoas, que a empresa está construindo no interior de Minas Gerais.

A João Fortes Engenharia também está construindo dois empreendimentos com essas características, o Shopping Park Europeu, em Blumenau (Santa Catarina) e o Shopping Park Lagos, em Cabo Frio (Rio de Janeiro).

"Os shoppings estão sendo construídos em regiões com grande potencial econômico, o Vale do Itajaí e a região dos Lagos", afirma o diretor nacional de operações da companhia, Wagner Lofare. Segundo Lofare, o Park Lagos é o primeiro empreendimento desse porte naquela região.

Juan Quirós, presidente do grupo Advento, do qual faz parte a Serpal Engenharia, ressalta que as maiores oportunidades nas grandes capitais estarão na ampliação dos empreendimentos já consolidados, mas também destaca o crescimento dos negócios nos polos econômicos regionais.

A Serpal participou recentemente em São Paulo da ampliação dos shoppings Pátio Higienópolis e Anália Franco, está na fase final da construção da nova torre de lojas do Iguatemi e começou as obras do shopping do Grupo Sonae em Londrina, no norte do Paraná.

"Antigamente não se pensava em projetos de grande porte fora das regiões metropolitanas, mas o shopping de Londrina vai atender ao público de toda a região", ressalta Quirós.

Os executivos avaliam que o ciclo de aquecimento do mercado ainda deve perdurar por alguns anos, também por conta do aumento de renda e crédito, que ampliou principalmente o consumo da classe C.

"A chamada nova classe média vai continuar a impulsionar o setor de shoppings nos próximos anos. Já a construção de empreendimentos voltados para públicos de alto poder aquisitivo pode começar a apresentar uma saturação", diz Vicelli, da Racional Engenharia. "Acreditamos que o mercado de construção de shopping centers possa até dobrar de tamanho por causa do crescimento do número de consumidores", avalia Vasconcelos, da Concremat.

As negociações entre as construtoras e os empreendedores dos shoppings passam por uma fase de "ajustes" - inclusive na discussão de valores -, afirmam executivos da área. Na avaliação de Quirós, do Grupo Advento, as construtoras procuram buscar uma relação "mais equilibrada" com os empreendedores. "O aquecimento de todos os segmentos da construção civil provocou um aumento de custos em itens como a mão de obra especializada e o aluguel de equipamentos", destaca Quirós.

"Não adianta os empreendedores negociarem com construtoras que apresentem preços baixos e depois não têm musculatura para bancar as obras", acrescenta ele. O executivo ressalta que as obras de shoppings têm um grau de complexidade e custos mais elevados do que outros tipos de construção. "No início das obras, temos apenas um cliente, que é o shopping. Ao final, temos que atender às exigências de uma série de lojistas, tanto o dono de uma loja de 20 m quanto aquele que tem 20 mil. E temos que atender bem a todos", diz Quirós.

Fonte: Valor Econômico

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