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Construtoras terão reforço de R$ 3 bi

Texto: Redação AECweb

Verba do FGTS foi autorizada na última sexta-feira

8 de setembro de 2009  - As construtoras terão um reforço de R$ 3 bilhões em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para recompor uma linha de crédito criada em dezembro do ano passado especialmente para socorrer o setor. Naquele momento, quando o País vivia o auge da escassez de crédito por causa da crise financeira mundial, foi feito um primeiro aporte, também de R$ 3 bilhões.

A autorização do Conselho Curador do FGTS para a liberação do valor adicional foi publicada na sexta-feira no Diário Oficial. Para que os recursos fiquem disponíveis, entretanto, a Caixa Econômica Federal, encarregada do repasse do dinheiro, ainda precisa editar normas complementares. Citando dados da Caixa, o conselho informou que há uma demanda represada de quase R$ 5 bilhões nessa linha de crédito, que inovou na forma de emprestar o dinheiro.

As empresas do setor, que estavam com dificuldades para tomar empréstimos bancários para capital de giro e para realizar investimentos, puderam se associar e montar fundos de investimentos imobiliários, lastreados em projetos habitacionais, cujas cotas foram compradas pelo FGTS por meio da nova linha. As construtoras puderam ainda emitir debêntures (títulos de dívida privada) que também foram adquiridas pelo FGTS.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, afirmou que esse mecanismo de empréstimo é bom para os dois lados, tanto as construtoras quanto o próprio FGTS. "No atual momento de queda de juros, o fundo também precisa de alternativas mais rentáveis para aplicar o patrimônio dos trabalhadores e, assim, poder viabilizar mais recursos para financiar habitação", comentou.

Após o vencimento das cotas ou dos títulos de dívida, o dinheiro emprestado às empresas deve ser devolvido ao FGTS com a correção dos rendimentos. Os recursos utilizados em projetos de habitação popular, destinadas às famílias de renda inferior a cinco salários-mínimos, são corrigidos pela TR mais 7% de juros ao ano. O custo sobe para TR mais 9% ao ano nos projetos destinados às classes de renda mais elevada. Segundo Simão, as condições atuais de oferta de crédito para o setor produtivo da construção civil já estão bem melhores e "quase normais" em relação ao "sufoco" vivido em dezembro de 2008. A liberação de recursos adicionais do FGTS, segundo ele, reflete o interesse dos gestores do fundo por negócios diferenciados e com capacidade de ampliar a rentabilidade das aplicações.

Jornal do Commercio, Isabel Sobra, 07/set

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