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Construtores querem integração com o governo para reduzir impactos na habitação

Texto: Redação AECweb

Sinduscon-RJ destaca importância de maior educação sobre a questão da sustentabilidade

03 de setembro de 2009 - O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon/RJ), Roberto Kauffmann, defendeu mais integração entre o setor privado e o governo para orientar a população sobre a questão da sustentabilidade.

Para a população de baixa renda, atendida pelo programa Minha Casa, Minha Vida, Kauffmann sugere que os empreendimentos tenham uma proposta social, voltada para a vida em comunidade e com ênfase na questão da sustentabilidade.

Ao participar do 81º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), evento que preside, Kauffmann destacou a importância desse tipo de educação. Para tanto, disse ele, o país precisa "definir uma linha para acabar com a favelização".

Ele afirmou que a indústria da construção civil apóia a proposta de emenda à Constituição (PEC), em tramitação no Congresso Nacional, que prevê recursos permanentes para a habitação de interesse social, como já ocorre nas áreas da saúde e da educação. "Saúde, educação e habitação são três itens fundamentais para a sustentabilidade", disse.

Para ele, tais recursos têm de ser garantidos por um período longo, em torno de 15 anos, para permitir o reflorestamento necessário e dar qualidade de vida à população, o que levaria a "um avanço notável" em termos de sustentabilidade.

Durante o encontro, Kauffmann participou de painel sobre a construção de um país sustentável, do ponto de vista econômico, que discutiu novas formas de produção, com eficiência e qualidade, para atender conceitos de sustentabilidade e gerar menores custos para os construtores.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sinduscon/RJ destacou que atualmente as pessoas estão conscientes de que a sustentabilidade é necessária. "Mesmo sem ser obrigatório, nós, construtores, já estamos fazendo projetos e práticas sustentáveis", afirmou Kauffmann, citando empreendimentos que aproveitam a água da chuva para fins não potáveis, ou que usam energia de fontes alternativas, como a eólica e a solar, além de materiais não poluentes.

Também o projeto interno das moradias está sendo elaborado com o objetivo de dar mais conforto às famílias, "porque isso faz parte da sustentabilidade. Sustentabilidade significa ter as portas do banheiro e da cozinha com 80 centímetros e janelas bem amplas para ventilação". No resto do terreno, a preocupação é com a existência de áreas verdes e de recreação. "Enfim, dar condições para as pessoas morarem", explicou Kauffmann.

Para ele, é preciso ainda haver controle do consumo da água e da energia elétrica pela população. É preciso que casas e apartamentos tenham medidores individuais de água, para as pessoas saberem que a água tem um custo muito alto e deve ser preservada, disse. O objetivo é evitar o desperdício de água, o que já é feito com a energia elétrica por meio dos medidores individuais.

Os cerca de mil construtores que estão participando do encontro também reivindicam redução de impostos. "Quando se faz um empreendimento para captação de água de chuva para fim não potável ou quando se usa aquecimento solar, o governo, englobando as esferas federal, estaduais e municipais, pode dar uma contribuição, reduzindo os impostos, para compensar um eventual aumento de custos. Isso faz parte da integração entre o setor privado e o governo, com objetivo comum", disse Kauffmann.

O 81º Enic prossegue até o dia 03, no Rio, com a realização do painel “A construção de um país sustentável: uma visão política”. O encontro foi aberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Agência Brasil – DF

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