Copa consome R$ 1,8 bilhão no RN
R$ 1,84 bilhão é o volume de investimentos feitos em Natal para a Copa do Mundo de 2014. A cifra é pouco mais da metade do que era previsto no início do planejamento para o Mundial, R$ 3 bilhões, e inclui os recursos do Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura Municipal aplicados em obras das mais diversas áreas de atuação que já foram executadas ou que estão sendo executadas até agora.
A um mês do evento, a cidade ainda continua um canteiro de obras e corre contra o tempo para entregar as mais importantes. Os principais setores da economia também estão intensificando o preparo para o Mundial. Mas a torcida é para que Natal faça muitos “gols” durante o evento e termine com um saldo positivo.
O valor investido na esteira da Copa faz parte de um balanço feito pela Prefeitura do Natal, concluído na última sexta-feira (9), e cedido à Tribuna do Norte, a pedido da reportagem. Os números devem ser apresentados nos próximos dias ao Governo Federal.
Obras
Grandes obras como o Aeroporto Aluízio Alves, a Arena das Dunas e o Corredor Estruturante Zona Norte- Arena das Dunas (obras de mobilidade) estão entre os projetos que irão “entrar em campo” para o Mundial, enquanto outros, como a Restruturação da Av. Roberto Freire, de responsabilidade do Governo do Estado, ficaram no banco de reservas e só sairão do papel após o evento.O ex-coordenador do Comitê Executivo para a Copa de 2014, Fernando Fernandes, lembra que no projeto inicial para a Copa do Mundo, previa-se um investimento de R$ 3 bilhões nas mais diversas áreas. “Esse valor correspondia ao pacote completo de investimento para a cidade”, destaca.
Mesmo não tendo sido feitos todos os investimentos previstos, Fernandes defende que a Copa foi um “excelente negócio para Natal”. “Não vamos mostrar uma cidade fantástica, como gostaríamos, mas vai ficar um legado. Esses são recursos que só vieram para Natal porque foi escolhida cidade-sede”, enfatiza.
De acordo com o secretário adjunto de Planejamento de Natal, Alexandre Duarte, a cifra pensada no início do evento não foi sistematizada, era apenas uma estimativa. “Não existiam projetos. Na época foram pensados nos diversos problemas que Natal tinha e que poderiam ser resolvidos com os recursos para o evento. Para mobilidade urbana, por exemplo, foram pensadas várias alternativas, como, os projetos de VLT (Projeto de Modernização do Sistema de Trens Urbanos de Natal). Mas depois, o próprio governo federal definiu um eixo para as obras, que deveriam ser no entorno do aeroporto, estádio e hotelaria”, explica.
Duarte esclarece ainda que as obras deveriam ter começado em janeiro de 2010, quando foi estabelecida a Matriz de Responsabilidades, que trata das áreas prioritárias de infraestrutura das 12 cidades. “Natal teve 53 meses para a realização, mas as obras só começaram propriamente com a atual gestão, ou seja, tiveram que ser executadas em 18 meses”, justifica o secretário.
Com relação as obras de infraestrutura, o secretário adjunto afirma que 70% das obras foram ou estão sendo executadas antes do evento. E que algumas obras serão entregues logo após o Mundial.