Corretores vibram com boom imobiliário do Rio
Demanda é forte devido aos eventos futuros e aos negócios ligados a petróleo em geral
18 de agosto de 2010 - O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio, Egydio Andreza, afirma à coluna que o boom imobiliário é uma realidade em todo o país e, no Rio, adquire características especiais, devido aos eventos Copa do Mundo e Olimpíadas e ainda a negócios ligados a petróleo em geral e especialmente ao pré-sal. "A demanda é firme. A economia deve crescer acima de 7% este ano e a renda das famílias está aumentando. Classes socialmente emergentes pressionam por imóveis e, com inflação contida, passa a ser bom negócio comprar a crédito. A oferta de financiamento também cresce. Pode-se dizer que todo o panorama é favorável."
Cita que, no caso do Rio, essa demanda envolve também salas e escritórios, no Centro e em alguns bairros. Admite que o projeto do Porto do Rio vai abrir áreas para escritórios e moradia, mas essa demanda deverá ser absorvida sem problemas pelo mercado. Comenta que a expansão das construções para bairros menos tradicionais, como alguns da Zona Norte e subúrbios, é altamente bem-vinda, mas gera um problema para o deslocamento das pessoas. “A estrutura de transportes da cidade precisa melhorar. Com a construção e venda de imóveis em bairros antes desprezados pelos construtores, a exigência de transporte eficiente se torna mais aguda”, destaca.
Com tudo isso, o mercado de trabalho se expande. Informa que há, na cidade, 17 mil corretores legalizados - 46 mil no estado - e estima necessidade de mais 30%. Para se tornar corretor, o interessado tem de fazer um curso de nove meses, que envolve noções de direito, matemática financeira e desenho arquitetônico. “O corretor é um profissional bem informado. Não é à toa que os avalistas de imóveis procuram a classe antes de definir o preço de um imóvel, seja para o mercado e até mesmo para fins judiciais”, diz.
Andreza é plenamente favorável a um antigo pleito do setor imobiliário, de permissão que o gasto com aluguel possa ser deduzido do Imposto de Renda a pagar: "Isso aliviaria o orçamento dos inquilinos e atrairia novos investidores em imóveis. A médio prazo, a oferta seria elevada, com benefício também para os inquilinos", destaca. Andreza lembra que, durante muitos anos, técnicos do mercado de capitais falaram com menosprezo pelo investimento em imóveis, mas acredita que, agora, a verdade tenha vindo à tona. “Quem disser que não é bom investir em imóveis precisa rever seus conceitos”, alfineta.
Fonte: Monitor Mercantil