Cortes vão preservar Minha Casa e PAC, afirma a presidente
Em carta divulgada ao final do encontro ontem, governadores dizem que investimentos na região devem ser preservados
23 de fevereiro de 2011 - A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que investimentos e programas estratégicos para o governo, como o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), serão poupados do corte orçamentário de R$ 50 bilhões, chamado pela nova administração de "consolidação fiscal".
A presidente não especificou quais projetos serão cortados - a equipe econômica pretende fazer a divulgação nesta semana. "Nossos cortes orçamentários, os 50 bilhões, preservaram o investimento. Nós estamos, sim, fazendo uma consolidação fiscal", declarou Dilma no encontro com governadores do Nordeste.
Na Carta da Barra dos Coqueiros, divulgada ao fim do encontro, os governadores demonstraram preocupação com os cortes. "O Nordeste não pode parar. O contingenciamento orçamentário não pode pôr em risco investimentos e os programas sociais que são estratégicos e prioritários para a região", diz o texto.
Dilma disse que o corte a ser promovido neste ano difere do realizado em 2003, primeiro do mandato do ex-presidente Lula. "Em 2003, o Brasil tinha uma taxa de inflação fora do controle, que não é o caso atualmente. Estamos dentro da margem estabelecida (pela meta de inflação), de dois pontos acima dos 4,5%. Não tínhamos US$ 300 bilhões de reservas, como temos hoje. Nem tampouco um nível e projeto de investimento em que todos - investimento público e privado - mantiveram patamar de crescimento", afirmou.
Apesar de enfatizarem a necessidade de preservação de investimentos, os governadores deram carta branca a Dilma. "Não dá para não ter solidariedade. São nestas horas que se mostra quem é companheiro", disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
A presidente também defendeu a atual política de valorização do salário mínimo - a variação do PIB nos dois anos anteriores e a inflação do ano corrente. "Sabemos que 2012 será o ano em que a economia vai recuperar de forma mais forte. Com o reajuste que está previsto diante de um PIB de 7,6% e de uma taxa de inflação que vai ficar em torno de 4,5% a 5%, nós teremos um ajuste significativo do poder de consumo."
Fonte: O Estado de S. Paulo - SP