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Crédito à construção volta a crescer

Texto: Redação AECweb

Liberações para novos empreendimentos aumentam 39,5% entre maio e junho

11 de agosto de 2009 - Depois de um começo de ano bastante fraco, o crédito à construção começa a dar sinais de melhora. Em junho, as liberações de recursos para as empresas do setor cresceram 39,5%, atingindo R$ 1,26 bilhão, contra R$ 903 milhões em maio, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). As unidades financiadas chegaram a 11,9 mil, maior patamar de 2009.

A expectativa agora é de retomada nesta segunda metade do ano, seguindo o bom desempenho visto em junho, disse o presidente da Abecip, Luiz Antonio França. "A velocidade de venda está voltando para os níveis adequados para viabilizar novos projetos. Isso deve fazer com que os empresários voltem a lançar novos empreendimentos", disse.

No acumulado do semestre, no entanto, o volume é de R$ 5,6 bilhões, 22% inferior ao mesmo período do ano passado, para operações que usam como fonte de financiamento a caderneta de poupança (SBPE). Segundo França, o primeiro semestre foi muito fraco em número de lançamentos, com as incorporadoras aproveitando o momento para vender unidades remanescentes de empreendimento já lançados.

Por conta dessa retração, quando a média ficou em R$ 920 milhões por mês, contra um volume próximo à R$ 1,35 bilhão mensal no ano passado em média, a relação entre o crédito para construção e para compra mudou fortemente. Em 2007, metade das liberações era destinada à compra e a outra metade à construção de novas unidades. Em 2008, com o boom do setor, a relação ficou em 54% dos recursos para as incorporadoras e 46% para os mutuários.

Neste ano, essa equação se inverteu e os clientes pessoas físicas ficaram com 59% dos recursos de financiamentos no primeiro semestre. A tendência, no entanto, é de volta à normalidade, disse França. "Acreditamos que a proporção voltará a ser meio a meio até o fim do ano."

Puxada por esse bom desempenho nas vendas, o crédito às pessoas físicas voltados para financiar a compra da casa própria cresceu 29% no primeiro semestre, pulando de R$ 5,7 bilhões nos seis primeiros meses de 2008, para R$ 8 bilhões entre janeiro e junho deste ano.

No total, somando compra e construção, o sistema de poupança e empréstimos já acumulou R$ 13,6 bilhões no primeiro semestre, alta de 5,7%. Já o número de unidades financiadas teve queda de 2,6% no período, para 125 mil, sendo 71,2 mil para aquisição e 53,9 mil para construção.

"Devemos encerrar o ano com volume igual ou superior ao ano passado, quando foram liberados R$ 30 bilhões em recursos para a compra e para a construção e foram financiadas quase 300 mil unidades", prevê França. Somando o orçamento do FGTS de R$ 15 bilhões, o mercado da construção pode receber R$ 45 bilhões no ano.

Já a inadimplência (contratos com mais de três prestações em atraso) apresentou queda consistente nos últimos anos, chegando a 2,96% da carteira total em 2009. Considerando apenas os contratos com alienação fiduciária, a inadimplência cai para 1,19%.

Com relação ao funding, a Abecip não considera que o crescimento da poupança, de 60% no semestre (para R$ 6,8 bilhões), seja preocupante em termos de direcionamento. Mas se a captação continuar avançando, França acredita que o governo vai agir. "Não se pode dizer que houve migração, mas se houver o governo já disse que tomará alguma medida, pois se houver um fluxo muito grande para a poupança vão sair recursos para investimentos de outras indústrias e não haverá imóveis suficientes para se financiar, criando um empoçamento."

Fonte: Valor Online

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