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Crédito deve atingir 53% do PIB em 2010

Texto: Redação AECweb

Crédito imobiliário deve ser justamente a mola propulsora nos próximos anos

07 de dezembro de 2009 - Projeções feitas por bancos e economistas indicam que o volume de crédito no país deverá atingir a marca recorde de 53% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2010. É o que estima, por exemplo, o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

O Bradesco prevê 52%. Com base nessas projeções, o estoque de crédito na economia poderá se expandir entre R$ 330 bilhões e R$ 380 bilhões ao longo do próximo ano, atingindo um total de R$ 1,7 trilhão. Em outubro, segundo o Banco Central, o saldo das operações de crédito dos bancos atingiu R$ 1,367 trilhão.

O crédito é um importante propulsor da economia, porque dá sustentação aos investimentos e ao consumo. No Brasil, o indicador deve fechar 2009 em torno de 48% do PIB e, mesmo o volume recorde previsto para 2010 ainda ficará muito abaixo do nível de países desenvolvidos e emergentes.

Nos Estados Unidos, o volume atingiu 187% do PIB no ano passado. Na China, 123% e na Índia, 78%. Ao tomar posse, em janeiro de 2007, o presidente Lula prometeu elevar a relação crédito/PIB para 50% até o fim do mandato, o único objetivo númerico citado no discurso.

Desde 2002, os empréstimos têm avançado no Brasil a uma taxa equiva-lente a 5 vezes a expansão do PIB. Para 2010, a conta não deve ser diferente e o estoque de empréstimos poderá ter crescimento na casa dos 25%, já que o PIB deve aumentar mais de 5%. Se a expansão for acima de 6%, como já apontam alguns analistas, o crédito poderá avançar 30%.

Para Rubens Sardenberg, economista da Febraban, a federação dos bancos, o sistema financeiro ainda tem um bom caminho para expandir o crédito. Mas ele pondera que a relação crédito/PIB não é tão pequena quanto se pensa, pois no Brasil a parcela do financiamento imobiliário é muito baixa, perto de 3% do PIB.

Em outros países, a hipoteca responde por quase metade dos empréstimos. Por esse raciocínio, as demais modalidades de crédito têm menos espaço para crescer do que o número consolidado pode sugerir.

O crédito imobiliário deve ser justamente a mola propulsora nos próximos anos. O Bradesco acredita que a relação com o PIB pode atingir 10% em poucos anos, dada a procura por investimentos em novos projetos.

Fonte: Valor Econômico - SP

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