Crédito habitacional acumula expansão de 40%
Média diária na concessão de financiamentos imobiliários somou R$ 9 milhões em abril
28 de maio de 2009 - O financiamento à casa própria foi o principal fator de elevação do crédito total no País em abril. O governo, nos últimos tempos, adotou série de medidas de incentivo à compra do imóvel, como o aumento do prazo e também do limite de financiamento. Tem dado certo.
Segundo os números apresentados pelo BC, só o crédito concedido pelos bancos às pessoas físicas para a compra da casa própria subiu de março para abril 2,6%, batendo em R$ 69,5 bilhões no mês. A taxa de crescimento em 12 meses chegou a 40%.
Ainda de acordo com os dados do BC, a média diária na concessão de financiamentos imobiliários somou R$ 9 milhões em abril, mesmo nível observado em março.
Em 12 meses, o crédito habitacional acumula expansão de 40%. Segundo o BC, com o aumento das operações para crédito habitacional, a carteira dessas operações atingiu R$ 65,804 bilhões no mês passado, cifra que inclui as operações com recursos livres e direcionados realizados por pessoas físicas nos bancos e cooperativas habitacionais. Nos últimos 12 meses até o mês passado, o volume de financiamentos para a compra de imóveis apresentou elevação de 40,4%.
Segundo o Banco Central, também contribuiu para o aumento do volume de recursos à disposição dos clientes bancários o crédito consignado. "Voltou a aumentar a velocidade desses empréstimos", reconheceu ontem o chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Altamir Lopes.
No mês passado, por exemplo, o volume de crédito consignado superou R$ 85 bilhões, com crescimento de 3,4% sobre o mês anterior e de 8,8% no ano. Em 12 meses o crédito consignado aumentou 21%.
Consumo
Segundo Lopes, o crescimento do crédito consignado revela uma melhora na confiança dos consumidores, expressa em maior disposição das famílias em tomar empréstimos. Lopes afirmou que a tendência do crédito é de continuação da trajetória de recuperação.
Segundo Altamir Lopes, esse movimento deve continuar mais forte na pessoa física, que já experimenta um retorno das linhas de crédito com queda na inadimplência. "A inadimplência da pessoa física tende a cair com a maior facilidade para rolagem do crédito", disse. E acrescenta: o maior consumo, viabilizado pelo crédito, deve ajudar na recuperação da economia.
O Banco Central informou ainda que a média diária de concessões foi liderado pelas operações destinadas a pessoas físicas. Só no cheque especial, a expansão foi de 2,8% para R$1,028 bilhão.
Já as operações voltadas a empresas mostraram queda da média diária de concessões de 2,3% para R$ 4,485 bilhões. Entre as modalidades desse segmento, a média de novos empréstimos para capital de giro caiu 12,9% para R$ 865 milhões.
Nos empréstimos para aquisição de bens, a trajetória foi contrária, com expansão de 8,3% para R$ 136 milhões. Na visão de Lopes, a inadimplência em alta das empresas tem feito as instituições financeiras serem mais conservadoras na concessão de empréstimos para as empresas.
Lopes também atribuiu o movimento de queda no estoque de crédito para empresas à valorização do real, que diminuiu das operações de crédito atreladas ao dólar, como os Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC). Sem o impacto do câmbio, o crédito para pessoa jurídica teria su¬bido 1%.
Fonte: Jornal do Commercio