Crédito habitacional via caderneta cresce 65%
Saldo das cadernetas de poupança não tem crescido tanto quanto a demanda por imóveis
16 de fevereiro de 2011 - Os financiamentos imobiliários lastreados por recursos da caderneta de poupança alcançaram, em 2010, o valor recorde de R$ 56,2 bilhões, 65% a mais do que em 2009. Esse ritmo de crescimento é "ótimo", segundo a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), mas está com o futuro ameaçado.
O saldo das cadernetas de poupança não tem crescido tanto quanto a demanda por imóveis. O presidente da Abecip, Luiz Antonio França, disse que, em cerca de dois anos, o valor dos financiamentos deve chegar ao limite de 65% do saldo das cadernetas que os bancos são obrigados a ofertar para esse tipo de empréstimo.
A partir desse patamar, os empréstimos não crescerão mais até que os depósitos da poupança aumentem, ou seja, encontrada outra fonte de recursos para o crédito imobiliário.
Em 2010, o saldo das cadernetas de poupança cresceu 18%, para R$ 299,9 bilhões. Com esse montante, e já considerando o limite dos 65%, os bancos podem emprestar até cerca de R$ 195 bilhões para compra de imóveis.
França afirmou que os bancos já emprestam, aproximadamente, R$ 100 bilhões. "Vamos ter de colocar outra forma de funding (fonte de recursos), pois a demanda cresce mais do que o saldo das cadernetas. Estamos enxergando escassez de funding na caderneta de poupança."
Segundo França, os bancos já discutem soluções para o problema que se aproxima. Uma das propostas é o governo permitir que as instituições financeiras emitam títulos para captar recursos específicos para o financiamento imobiliário. O que poderá acarretar mudanças nas condições dos empréstimos.
Segundo França, empréstimos que usam a receita dos títulos como fonte de recursos devem ter juros mais altos dos que os que lastreados na poupança.
Fonte: Monitor Mercantil