Crédito imobiliário com poupança deve crescer 51% em 2011, diz Abecip
Projeção equivale ao financiamento de 540 mil unidades até o final deste ano
17 de fevereiro de 2011 - O volume de crédito imobiliário proveniente de recursos da caderneta de poupança deve atingir R$ 85 bilhões em 2011, montante 51% superior ao liberado no ano passado, conforme previsão divulgada ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A projeção da entidade equivale ao financiamento de 540 mil unidades até o final deste ano, sendo que 59% dos recursos previstos devem ser destinados à aquisição de imóveis, enquanto o restante deve ser voltado às construtoras.
Se considerados ainda os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o total de unidades financiadas pode chegar a 1,070 bilhão, somando pelo menos R$ 108 bilhões, conforme orçamento inicial do FGTS, que é de R$ 23 bilhões para este ano.
Mas, segundo o presidente da Abecip, Luiz Antônio França, a previsão global deve ser superada, dado que o montante a ser disponibilizado pelo FGTS pode ultrapassar os R$ 30 bilhões, a exemplo do crescimento visto nos últimos anos.
"O ano de 2010 foi o melhor da história do crédito imobiliário", disse França, que estima participação de 4% do financiamento habitacional no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2010, fatia que pode saltar para 11% em 2014.
Em 2010, os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiamento imobiliário atingiram R$ 56,2 bilhões, alta de 65% na comparação com o ano anterior e volume recorde para o setor.
Se incluídos também os financiamentos com recursos do FGTS, o total disponibilizado foi de R$ 83,1 bilhões no último ano, aumento de 67% sobre 2009 e número quase nove vezes superior na comparação com cinco anos atrás, quando foram liberados R$ 9,3 bilhões.
Em todo o ano passado, foram financiados 421 mil imóveis pelo SBPE, número 39% maior em relação a 2009. Considerando as unidades adquiridas via FGTS, o número salta para 1,052 milhão de imóveis. "O volume (de recursos) cresceu muito mais que o número de unidades, refletindo que o valor médio (dos imóveis) subiu", assinalou França.
No ano passado, o valor médio financiado foi de R$ 133 mil, 18,8% maior na comparação anual, equivalente a cerca de 62% do preço do imóvel. "A entrada dada atualmente é de, em média, 38% (do valor do imóvel)", acrescentou. Segundo ele, os preços dos imóveis podem ser considerados "justos para o momento" e uma consequência da demanda aquecida.
Fonte: Valor Econômico - SP