Crédito imobiliário registra expansão
Caixa Econômica Federal estima ter emprestado R$ 70 bilhões, com recursos da Caderneta de Poupança e do FGTS em 2010
11 de janeiro de 2011 - As famílias que desejarem realizar o sonho da casa própria neste ano vão contar com uma oferta abundante de financiamento. O volume de crédito imobiliário, que registrou uma expansão sem precedentes em 2010, deverá seguir crescendo em 2011.
O ano passado trouxe números notáveis. A Caixa Econômica Federal, responsável por mais de 70% do financiamento habitacional, estima ter emprestado R$ 70 bilhões, com recursos da Caderneta de Poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O aumento é de 53% em relação a 2009.
Em todo o país, os financiamentos com recursos da Poupança já somavam R$ 50 bilhões entre janeiro e novembro, num aumento de 66% em relação ao mesmo período de 2009, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Com esses recursos, foram financiadas 378 mil moradias, 39% a mais que no mesmo período de 2009.
A primeira fase do Programa Minha Casa Minha Vida financiou a contratação de 1,003 milhão de unidades habitacionais, de acordo com a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho. Cumpriu-se assim a expectativa do governo anunciada no início de 2009, quando o programa foi lançado.
Embora não se espere que novamente o crédito imobiliário dê saltos tão expressivos em 2011, os bancos se preparam para elevar o volume de suas carteiras imobiliárias.
É o caso do Banco do Brasil, que pretende passar seus financiamentos imobiliários dos R$ 3,2 bilhões registrados em 2010 para R$ 6,5 bilhões em 2011. Na mesma direção, o HSBC espera que a carteira de crédito cresça cerca de 50%. Outro expressivo operador de crédito imobiliário, o Bradesco, aposta numa expansão de 20%.
Assim se intensifica uma competição salutar entre as instituições financeiras, que nos últimos anos vêm situando os juros dos financiamentos habitacionais cada vez mais abaixo do patamar de 12% mais TR (Taxa Referencial). Esperam-se novas quedas ao longo do ano.
Outro fator relevante que impactará favoravelmente o mercado imobiliário em 2011 será a diversificação das fontes de financiamento à construção e à incorporação. Títulos como os Certificados de Recebíveis Imobiliários, Letras Hipotecárias e Letras de Crédito Imobiliário, isentos do recolhimento de Imposto de Renda (IR)quando adquiridos pela pessoa física, tendem a se tornar cada vez mais atrativos aos investidores, gerando novos recursos para o setor. Debêntures emitidas por SPE (Sociedade de Propósito Específico) tiveram redução no IR.
Nesta linha, a grande notícia da semana passada foi a criação de um fundo de investimento em ativos imobiliários pela Brasilprev, uma das maiores empresas de previdência privada do país. A iniciativa pioneira junta-se às de outros fundos de pensão que planejam elevar sua participação nos empreendimentos imobiliários em todo o país.
Fonte: Sinduscon - SP