Cresce roubo a equipamento de construção
Assaltantes no interior paulista levaram 15 máquinas de até R$ 400 mil neste ano; em 2008 houve 3 ocorrências
27 de julho de 2009 - Um tipo incomum de roubo cresceu no Estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano. Disparou o número de ocorrências de assaltos a mão armada em canteiros de obras para construções de estradas. O foco dos assaltantes são os equipamentos pesados, máquinas de até quatro toneladas.
Neste ano, já foram roubados 15 equipamentos no interior do Estado, oito deles avaliados entre R$ 200 mil e R$ 400 mil, segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo).
Durante todo o ano passado, foram roubadas apenas três máquinas deste valor. Em 2007 não houve casos registrados, além de pequenos roubos de máquinas inferiores a R$ 10 mil, como britadeiras e brocas.
Os assaltos ocorreram em obras de estradas em Carapicuiba, próximo a Campinas (na rodovia Dom Pedro), em Ribeirão Pires, em São Bernardo dos Campos e na região de Santa Cruz das Palmeiras, na via Anhanguera. Entre as "máquinas preferidas dos ladrões", segundo Helcio Farias, assessor do Sinicesp, estão pás carregadeiras -espécie de trator com caçamba na frente-, tratores com esteiras e motoniveladoras, que aplainam terrenos.
O que chama a atenção é o peso dos equipamentos e a dificuldade que os assaltantes podem ter em carregá-los, segundo Farias. "Para levar embora uma máquina dessas, é preciso saber operá-la e ter, para carregá-la, no mínimo, um caminhão de 15 metros, com dois eixos e prancha, que não alcança altas velocidades para fugir."
O delegado do Deic Itagiba Franco, que acompanha o caso, suspeita que se trate de uma quadrilha, mas ainda não há provas de que os crimes tenham sido cometidos pelo mesmo grupo, embora o procedimento seja semelhante.
Os assaltantes, armados e em grupos de até dez pessoas, amarram vigias, operários e engenheiros. As vítimas são rendidas por horas e os equipamentos, postos no caminhão e levados embora. A Polícia Militar Rodoviária informa que passou a fazer acompanhamento nos canteiros após ter sido acionada pelas vítimas.
João Leopoldino Neto, superintendente da Engenharia Bandeirantes, diz que a empresa teve quatro máquinas roubadas. Ele não acredita que o destino dos equipamentos seja o desmanche. "São máquinas muito novas", diz.
Fonte: Folha de S. Paulo