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CRIs, com mais emissões têm boa rentabilidade

Texto: Redação AECweb

Necessidade de financiamento para a construção leva instituições a se utilizarem do instrumento, que vem pagando, normalmente, TR mais 10% ao ano

31 de agosto de 2011 - A venda de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) cresce exponencialmente e a Caixa Econômica Federal planeja mais ofertas de CRIs para viabilizar o programa Minha Casa, Minha Vida 2.

A venda desses títulos lastreados por financiamentos imobiliários mais que dobrou, para R$ 6,17 bilhões nos primeiros sete meses de 2011, comparado a R$ 2,72 bilhões um ano antes, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O salto de emissões de CRIs "é um reflexo natural do crescimento do setor imobiliário, que está crescendo fortemente", Johann Grieneisen, analista sênior de finanças estrutu¬radas da Moodys Investors Service. "É uma forma barata de captar, é uma forma eficiente para as empresas captar porque tem um ativo real, e também tem incentivos fiscais para pessoa física para o CRI."

Em geral, os CRIs pagam a TR mais 10%, ou o IGP-M mais 8%, ou o IPCA mais 8,5% ao ano, disse Fábio Nogueira, sócio-fundador da Brazüian Finance & Real Estate, maior emissora desses instrumentos no País. ATR estava em 0,115% na sexta-feira.

Para efeito de comparação, as Notas do Tesouro Nacional da série F com vencimento em 2021 rendem 11,73% e vem recuando, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Os CRIs, que geralmente são vendidos a fundos de investimentos e bancos privados em busca de maior retorno, podem se tornar ainda mais atraentes com eventual redução da taxa básica de juros.

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A Caixa, que responde por 75% dos empréstimos imobiliários no País, levantou cerca de R$ 250 milhões este ano em sua estreia no mercado de CRIs. O banco emitiu papéis com um rendimento de 10% mais a Taxa Referencial. A instituição pode voltar a oferecer esses títulos até o fim do ano, disse Márcio Percival Alves, vice-presidente de Mercados de Capitais.

A Caixa busca novas fontes de recursos porque o crédito imobiliário cresceu 55% no primeiro semestre do ano puxado pela meta da presidente Dilma Rousseff de construir 2 milhões de casas para famílias de baixa renda até 2014.0 financiamento imobiliário representa menos de 5% do Produto Interno Bruto brasileiro, comparado a cerca de 67% nos Estados Unidos e 18% no Chile, de acordo com dados do Fed, da Agência de Análises Econômicas dos EUA e dos banco centrais do Brasil e do Chile.

Os fundos de pensão ainda preferem investir em títulos de dívida ou em Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios, ou FDIC, aos CRIs, porque não se beneficiam da isenção de impostos concedida às pessoas físicas, de acordo com Demosthenes Marques, diretor de investimentos da Funcef, fundo de aposentadoria dos funcionários da Caixa. Os CRIs são comprados principalmente por fundos que têm como investidores indivíduos e famílias, ele disse.

"O veículo CRI até agora não ofereceu taxas para entrar nos investimentos selecionados pelas nossas equipes ou pelas nossas gestores terceirizadas, mas é uma questão de tempo", Marques disse. A Funcef tem R$ 3 bilhões investidos diretamente em imóveis e R$ 500 milhões em fundos imobiliários.

Fonte: Jornal do Commercio

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