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Déficit habitacional alavanca negócios

Texto: Redação AECweb

Superintendente regional da Caixa Econômica Federal afirma que déficit pode ser visto como uma grande oportunidade para o setor privado

9 de Abril de 2009 - A redução do assustador déficit de 7,9 milhões de unidades residenciais no Brasil depende não apenas de subsídios do governo, mas, sim, de uma boa parceria com o setor privado. "Essa é a equação que vemos montada nesse novo programa do governo federal, que anunciou a construção de um milhão de habitações, e que será fundamental para dar velocidade à questão habitacional", afirmou o secretário de Estado da Infraestrutura de Alagoas, Marco Fireman, durante o painel "Oportunidades e desafios da habitação econômica e social no Brasil", no primeiro dia de conferências internacionais do Nordeste Invest 2009.

Mediado por Marcos Holanda, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Alagoas, o debate contou também com a participação de Paulo Safady, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Gilberto Occhi, superintendente regional da Caixa Econômica Federal.

"O País passou mais de 20 anos sem ter política habitacional, sem ter formas de financiamento que promovessem esse tipo de habitação, que é um problema estruturante", disse Fireman. "A principal característica de nosso déficit é a quantidade de pessoas dentro de uma moradia. A família cresce, o filho se casa, não consegue ter sua própria casa e vai se acomodando com a nova família no quarto", ilustrou o secretário. Maceió, segundo ele, tem o segundo maior índice de favelização do País, com um déficit atual de 120 mil moradias. "Só que aqui isso não aparece tanto quanto no Rio, por exemplo, por conta da ocupação das grotas."

Fireman enfatizou a importância de desburocratizar a aprovação dos projetos e dos cartórios. "Por mais eficiente e rápida que seja uma empresa, hoje ela não consegue entregar as chaves de um empreendimento popular em menos de quatro anos", disse. "Apenas para começar, os estudos e licenças consomem, em média, quase dois anos."

Segundo Safady, o projeto habitacional do governo deve estar com seu regulamento totalmente concluído até julho de 2010, mas há emendas sugeridas para melhoria do programa. O presidente da CBIC acredita que para que o programa tenha continuidade nos próximos governos, ele precisa ser aperfeiçoado e se tornar um projeto de estado.

Gilberto Occhi, superintendente regional da Caixa Econômica Federal, destacou, porém, que o déficit pode ser visto como uma grande oportunidade para o setor privado. E anunciou mudanças importantes no processo da Caixa para a aprovação de projetos: "Estamos nos preparando para dar o máximo de agilidade a estas aprovações. Para isso, a Caixa reduziu drasticamente suas exigências, em mais de 80%. É um trato direto com o empresário", explicou. "Basta agora aos empresários apresentarem suas propostas.

Fonte: Gazeta Mercantil

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