Disputa entre incorporadoras chega a municípios menores
Empresas investem em lançamentos e impulsionam os negócios de players locais
09 de abril de 2010 - Encorajadas pelo crescimento de municípios de menor porte e pelo programa federal "Minha Casa, Minha Vida", incorporadoras como Rodobens Negócios Imobiliários, Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e Rossi investem em lançamentos nessas regiões. Além disso, indiretamente impulsionam os negócios de players locais, como ACS e Sol Panamby.
Uma das únicas incorporadoras focadas em investimentos em cidades do interior desde sua abertura de capital, a Rodobens está ampliando o foco a cidades com mais de 100 mil habitantes.
Antes a empresa se restringia a municípios maiores, com mais de 150 mil habitantes, e atribui a mudança aos subsídios oferecidos pelo programa "Minha Casa, Minha Vida". "Antes [do programa], não compensava, porque nossos projetos são de escala muito grande, e nas cidades com menos de 150 mil habitantes não havia demanda para o tipo de imóvel que fazemos. O programa criou um novo mercado para nós", ressalta o presidente da empresa, Eduardo Gorayeb.
Segundo o empresário, os primeiros projetos nessas regiões devem começar a ser lançados este ano, e a empresa irá intensificar a prospecção de terrenos. "Temos R$ 70 milhões em caixa. Estamos começando a visitar cidades e já temos projetos nos Municípios de Ourinhos e Itapetininga, em São Paulo, no Mato Grosso, e em Rio Verde, em Goiás", afirma.
A estratégia da empresa visa a grandes áreas, que variam de 150 mil a 800 mil metros quadrados, geralmente com pouca urbanização. "Compramos grandes áreas e o valor unitário é muito baixo, varia de R$ 10 a R$ 15 por metro quadrado", explica Gorayeb.
A principal meta da empresa atualmente é reduzir custos de operação para intensificar sua atuação na baixa renda. Este ano, a empresa irá dobrar os lançamentos, de 9 mil para 18 mil, número considerado conservador para o segmento, segundo o próprio executivo. "Cada vez mais é importante ter tecnologias de construção. Estamos hoje praticamente com 95% dos lançamentos enquadrados no Minha Casa, Minha Vida, o que mostra uma perspectiva muito boa", afirma Gorayeb.
O estoque de terrenos atual da Rodobens, estimado em R$ 5,2 bilhões, prevê o lançamento de 70 mil unidades, das quais 65 mil unidades estão enquadradas no programa habitacional e 80% estarão no interior. A empresa está em 12 estados e 52 cidades.
No rastro do "Minha Casa, Minha Vida", a HM Engenharia, subsidiária da CCDI para atuar no segmento econômico, acaba de entregar 294 imóveis do programa na região de Campinas. Em 2009, a empresa lançou 11 empreendimentos financiados pelo programa, em um total de 3,3 mil unidades. Seis deles foram lançados em Campinas. Em 2010, pretende lançar mais de 20 mil unidades.
A Rossi também anunciou investimentos em regionais, na região oeste do Estado de São Paulo, para expandir atuação nas cidades de São José do Rio Preto, Marília, Bauru, Presidente Prudente e Araçatuba. O interior do Estado do Paraná também está no radar da empresa.
Regionais
No rastro da expansão de Campinas e dos investimentos previstos para a área de transporte na região, como o trem de alta velocidade, incorporadoras locais, como a ACS, braço imobiliário da farmacêutica EMS, e a Sol Panamby, estão acelerando investimentos na região. "Após um 2009 negativo, esperamos um crescimento de 5% do mercado imobiliário da região", afirma Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Associação Regional de Habitação de Campinas (Habicamp).
Com um banco de terrenos inicial com potencial para gerar R$ 2 bilhões em lançamentos este ano, a ACS pretende ampliar o estoque de áreas nos Municípios de Campinas, Paulínia, Sumaré e Hortolândia. Em 2010, a previsão é lançar R$ 250 milhões. "Nosso foco será o mercado imobiliário residencial, de médio e alto padrão, mas aproveitaremos as oportunidades que surgirem em outros segmentos. O Minha Casa, Minha Vida está nos planos, mas de forma discreta", diz Silvio Chaimovitz, diretor-geral da ACS.
O empresário adianta que a empresa possui uma área de 20 milhões de metros quadrados, localizada entre Paulínia e Jaguariúna, em que estuda desenvolver um empreendimento industrial. "Estamos estudando se a demanda desta área é para a construção, ou para a venda", sinaliza.
De olho na demanda de loteamentos, a Sol Panamby, com atuação tradicional na região, aguarda a aprovação de uma área para lançar um loteamento de alto padrão. "É uma área muito grande: a área urbana tem 2 milhões de metros quadrados. O projeto está na etapa de estudo arquitetônico. Esperamos lançá-lo em dois anos, porque a aprovação ambiental desse tipo de projeto exige mais tempo", afirma Marco Antônio Biasi, diretor da incorporadora.
Encorajadas pelo crescimento de municípios de menor porte e pelo programa federal "Minha Casa, Minha Vida", incorporadoras como Rodobens Negócios Imobiliários, Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e Rossi investem em lançamentos nessas regiões. Além disso, indiretamente impulsionam os negócios de empresas locais, como ACS e Sol Panamby.
A Rodobens, por exemplo, está ampliando seu foco a cidades com mais de 100 mil habitantes. "Antes [do programa] não compensava, porque nossos projetos são de escala muito grande e nas cidades com menos de 150 mil habitantes não havia demanda para o tipo de imóvel que fazemos. O programa criou um novo mercado para nós", ressalta o presidente da empresa, Eduardo Gorayeb.
Fonte: DCI - SP