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Em alta, mercado de maquetes não tem profissionais preparados

Texto: Redação AECweb

A procura por cursos específicos é baixa. Também não há muitos no mercado.

16 de maio de 2011 - Qualquer grande obra que se preze, seja de condomínio, shopping ou estádio, ganha, no seu início, uma maquete. Pois, diante do boom na construção civil e da proximidade da realização de grandes eventos no país, atualmente este é um mercado aquecido e que tem boas perspectivas de crescimento. Onde, porém, estão os profissionais? Para trabalhar com os projetos, pede-se, geralmente, cursos e formação específica para o assunto.

“Nas faculdades, aprende-se a volumetria, lidando apenas com papel. Acontece que, na profissão, usamos recursos a laser. A maioria dos maquetistas faz árvores com espuma. É bem diferente. Hoje o ensino é muito amador”,  afirma Léo Ramalho, dono da Léo Ramalho Maquetes.

Atividade exige facilidade para ler plantas

A procura por cursos específicos é baixa. Também não há muitos no mercado. Ramalho chegou a dar aulas, para capacitar pessoal, mas desistiu quando percebeu que só chegaria ao prejuízo. Na média, uma maquete simples varia de R$ 17 mil a R$ 29 mil. Uma turma de cinco pessoas, por exemplo, não dava para cobrir o custo. A falta de formação qualificada e o pouco conhecimento do trabalho geram, no fim, grande dificuldade para o mercado conseguir bons profissionais.

“Para trabalhar comigo, as pessoas precisam saber como fazer uma maquete. Eu cobro R$ 20 mil do CasaShopping. Não posso botar meu nome em risco”, acentua Ramalho.

Surgida há dez anos, a Léo Ramalho Maquetes tem como alguns dos seus clientes o CasaShopping, a Conasa, a ZHM e a Marinha do Brasil. A base naval de Arraial do Cabo, por exemplo, foi um de seus maiores projetos. Ao todo, a empresa tem, hoje, 12 funcionários.

A média salarial do operário do setor gira em torno de R$ 2.500. Como no caso da Itaoka Maquetes, que presta serviços para empresas como Cyrela Brazil Realty, Birmann e JHFS.

“Só que a mão de obra é escassa. Exigimos experiência no manuseio de equipamentos para confecção de maquetes, como compressor, serra, furadeira , soprador e lixadeira”, diz o diretor de Relacionamentos, Ithanderson Macedo.

Eduardo Fonseca, dono da Eduardo Fonseca Maquetes ME, que está há 15 anos no mercado, diz que a arte de se fazer maquetes exige paciência e habilidade manual, além da capacidade de leitura de plantas de arquitetura. A criatividade também deve ser levada em consideração.

“Não é fácil encontrar profissionais, porque esta é uma área bem específica. No Brasil, há poucos deles. Profissionalmente, talvez nem se chegue a 50 ateliês que sejam dedicados somente a maquetes físicas”, calcula Fonseca.

Fonte: Extra

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