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Em março, imóveis no Rio subiram 3,2%. Em 12 meses, a alta é de 43%

Texto: Redação AECweb

Na Barra da Tijuca, tendência dos preços é se estabilizar

02 de maio de 2011 - As dificuldades para achar apartamentos compatíveis com o bolso do carioca já são parte das rodas de bate-papo em praias, restaurantes e botequins. E não é para menos. De acordo com o índice FipeZap, em março, o preço dos imóveis registrou aceleração de 3,2%, a maior taxa do ano. Nos últimos 12 meses, a alta é de 43%. Os imóveis de um e dois quartos, os mais procurados, subiram 46,3% e 40,5%, respectivamente, no mesmo período. Os preços na Zona Sul tendem a subir, devido ao aumento dos financiamentos imobiliários. Mas isso está acontecendo no Brasil como um todo. Só que os imóveis da Barra estão sofrendo uma outra variável, que são as Olimpíadas. E é por isso que tiveram a maior aceleração em 2010, de 60%, e tendem a se estabilizar”, diz o economista Maurício Visconti.

A área mais cobiçada entre os compradores - e, portanto, a mais complicada para ofertas - é a Zona Sul. E nesta corrida frenética, há quem nade, nade e morra na praia. Foi o caso da jornalista Vanessa Alencar. A procura pelo apê começou em julho de 2010. Moradora de aluguel em Copacabana há seis anos, Vanessa queria comprar um imóvel de quarto e sala no mesmo bairro, por até R$220 mil. Mas só encontrou opções por mais de R$300 mil.

Em dezembro do mesmo ano, conseguiu, através de financiamento, completar os recursos que faltavam para enfim realizar o sonho da casa própria. No entanto, como diz o poetinha, "tristeza não tem fim, felicidade sim". Nesse gap de seis meses, o preço do sonho já tinha saltado dos R$300 mil para R$400 mil. “O preço dos imóveis passou a subir toda semana. Precisei mudar de bairro para ter um maior leque de opções”, revela a jornalista.

Corretora: é preciso resistir ao impulso de desistir

O drama não parou por aí. No Flamengo, Vanessa encontrou um imóvel que lhe agradou pelos R$320 mil que dispunha, incluindo a parte a ser financiada. Mas, com o cheque na mão, pronta para dar a entrada, descobriu que o imóvel tinha problemas sérios de documentação. E, ainda assim, o proprietário lhe pediu mais R$10 mil pelo imóvel. “Se eu tivesse todo aquele dinheiro vivo na mão, compraria um imóvel em Miami, pois vale mais a pena”, desabafa Vanessa, que depois de passar noites em claro, desistiu da compra do apartamento.

Quem acompanha essa história pode pensar que o caso de Vanessa é apenas de falta de sorte. Mas quem anda com problemas é o mercado carioca. Em Copacabana, a taxa acumulada de alta dos imóveis aponta para 41,5% nos últimos 12 meses. Em seguida, vem o Flamengo, com alta de 39,5% no mesmo período. Já Ipanema alcançou os 32,7%. “Os bairros da Zona Sul tiveram alta nos preços acima de 30%”, completa Visconti.

A gerente de vendas da imobiliária Fernandez Mera, Renata Vivarelli, ressalta que, diante da alta no setor imobiliário e do fato de o comprador demorar a abrir mão de seu sonho, o corretor precisa ter muito jogo de cintura, principalmente com os que desejam ter um imóvel na Zona Sul, como é o caso de Vanessa. “Quando o corretor tem pouca experiência, seu primeiro impulso é desistir desse tipo de cliente. Mas, é preciso lembrar, a compra dependerá também do poder de convencimento do corretor”, diz Renata.

Fonte: Folha de São Paulo

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