Empresários da construção civil iniciam 2010 mais otimistas, diz pesquisa
Levantamento CNI/CBIC mostra que contratações tendem a subir; entre os problemas estão a carga tributária e a falta de mão-de-obra
09 de fevereiro de 2010 - Os empresários da construção civil iniciaram este ano com o otimismo em alta, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
De acordo com o levantamento, o indicador de expectativas para o nível da atividade do setor nos próximos seis meses ficou em 70,6 pontos em janeiro deste ano. Números acima de 50 pontos indicam, segundo a CNI e a CBIC, otimismo do setor.
A pesquisa foi realizada com 283 empresas do setor, entre os dias 4 e 22 de janeiro deste ano, sendo 143 pequenas companhias, 105 médias e 35 grandes empresas. "As empresas da construção civil mostram mais otimismo do que a indústria de transformação e a indústria extrativa mineral", revelou Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisas da CNI.
Segundo o documento, o otimismo é "particularmente elevado" entre os empresários das grandes empresas (78,8 pontos). "Para as pequenas e médias, o indicador foi de 63,2 pontos e de 69,3 pontos, respectivamente", informaram as entidades.
Novos empreendimentos
Segundo o documento, o otimismo também é observado com relação a novos empreendimentos, com um indicador de 70 pontos (valores acima de 50 pontos representam aumento dos novos empreendimentos), sendo que as grandes empresas apresentaram o maior indicador (76,6 pontos), seguido pelas médias (71,4 pontos) e pequenas (60,9 pontos).
O otimismo em alta do empresariado da construção civil, segundo a pesquisa da CNI e da CBIC, deve se traduzir em aumento das compras de matérias-primas, visto que o indicador somou em janeiro 69,7 pontos (acima da linha divisória de 50 pontos) e também em mais contratações pelo setor. Segundo o documento, o indicador de expectativa das empresas que deverão contratar mais funcionários nos próximos seis meses ficou em 66,8 pontos em janeiro.
Problemas
O levantamento da CNI/CBIC mostra ainda que o principal problema enfrentado pelas empresas do setor é a "elevada carga tributária", item que foi assinalado por 60,7% dos entrevistados.
Em segundo lugar, aparece a "falta de trabalhadores qualificados", problema marcado por 53% das empresas consultadas, seguido por condições climáticas (36,7%), taxas de juros elevadas (31,5%), competição acirrada no mercado (23,3%) e inadimplência dos clientes (21,5%), entre outros.
Dezembro
A pesquisa revela ainda que o nível de atividade do setor cresceu em dezembro do ano passado, somando 53,7 pontos (acima de 50 pontos representa aumento da atividade).
"O destaque está nas médias e grandes empresas (54,6 e 55,3 pontos), visto que o nível de atividade das pequenas manteve-se praticamente estável (50,9 pontos)", informou a CNI.
O levantamento mostra também que o número de empregados do setor aumentou em relação ao terceiro trimestre de 2009.
"O aumento foi observado independente do porte da empresa, sendo mais intenso nas grandes (56,1 pontos) do que nas pequenas e médias (51,8 e 52,9 pontos, respectivamente", informou.
Fonte: G1