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Empresas aumentam prazo de obras em 30%

Texto: Redação AECweb

Número de atrasos na entrega de imóveis aumentou e empresas afirmam que problema é decorrente de diversos aspectos, entre eles, a falta da mão de obra especializada

03 de novembro de 2010 - O diretor de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, admite que o número de atrasos na entrega de apartamentos aumentou, mas diz que as empresas já se adequaram ao novo ritmo de lançamentos. "Vínhamos de um nível de atividade baixíssima, que mudou com a abertura de capital das empresas imobiliárias", explica. "Começamos a construir e o Brasil não estava preparado para isso."

Além da falta de capacidade da indústria, Zaidan diz que o período intenso de chuva no último verão também prejudicou a entrega das chaves por parte de algumas empresas. Para enfrentar o problema, segundo ele, as construtoras ampliaram os prazos de entrega em 30%. "Uma obra que antes eu entregava em 18 meses agora levo 22 para concluir", diz.

Rubens Menin, presidente da MRV, diz nunca ter deixado de entregar um apartamento em dia porque a obra não foi concluída. "O que acontece é que nosso sistema cartorial é lusitano, burocrático demais e não acompanha a agilidade do mercado." Essa é a opinião também de Milton Goldfarb, presidente da construtora que leva seu nome. "O atraso é documental", reforça.

A construtora Ecoesfera - que em 2008 era réu em apenas um processo na Justiça e hoje responde por 25 ações - disse, por meio de nota, que "os atrasos na entrega dos empreendimentos são um fato e são decorrentes de fatores sistêmicos". Entre eles, ela cita a falta de mão de obra especializada. A empresa afirma estar negociando com os clientes a devolução integral do dinheiro para quem quiser desistir da compra ou descontos aos proprietários que optarem por manter o negócio. Dos 18 empreendimentos lançados pela Ecoesfera nos últimos dois anos, apenas um foi entregue até agora.

As construtoras Gafisa e Tenda afirmam que os atrasos são pontuais, mas que já adotaram medidas para evitar problemas desse tipo, com investimentos "em um trabalho contínuo de ampliação de produtividade e eficiência para diminuir o ciclo de obra, capacitação de funcionários e adoção de novas tecnologias construtivas".

Também por meio de nota, a Cyrela Brazil Realty informou que as ações movidas por clientes na Justiça por causa de atrasos na entrega de obras representam menos de 0,1% do total dos clientes que a empresa tem em São Paulo. Na capital paulista, segunda a Cyrela, são 60 mil e no País, 105 mil clientes.

Fonte: O Estado de S. Paulo - SP

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