Empresas e instituições conseguem captação recorde no semestre
Setores da construção civil (15,6%) e energia elétrica (11,9%) lideraram na renda fixa
15 de julho de 2011 - As empresas e instituições brasileiras captaram R$ 57,8 bilhões no mercado doméstico entre janeiro e junho, o maior volume já registrado para um primeiro semestre. O resultado foi superior em 12,5% ao de R$ 51,3 bilhões registrado nos primeiros seis meses de 2010. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Parte importante das operações que levaram o semestre a registrar volume recorde de emissões ocorreu em junho. O segmento de renda fixa registrou emissões de R$ 8,2 bilhões no mês, volume 82,4% superior ao de maio e o equivalente a 19,5% do volume total do semestre, que foi de R$ 42,1 bilhões. No segmento de renda variável, as ofertas alcançaram R$ 15,7 bilhões no semestre, sendo R$ 7 bilhões em IPOs.
Construção civil
Ainda, os setores de construção civil (com 15,6%) e energia elétrica (11,9%) lideraram as emissões no ano no mercado de renda fixa. Outros setores que tiveram destaque foram os de transporte e logística (com 10,8%) e empresas e participações (10,7%), seguidos mais de longe por assistência médica e fármacos (com 8,4%) e metalurgia e siderurgia (8,7%).
O mês de junho respondeu por R$ 3,1 bilhões do volume captado em ações no período. "No início do pós-crise, os investidores estavam em busca de operações grandes, que em tese significam risco menor. Atualmente, o mercado dá sinais de que já está mais confortável para participar de operações menores", afirma o vice-presidente da Anbima, Alberto Kiraly.
Embora o volume em renda variável seja inferior ao recorde de 2007, houve destaque na elevada participação de ofertas primárias, que responderam por 76,6% do volume total captado pelo segmento em 2011.
Emissões
Dos R$ 42,1 bilhões em emissões de renda fixa, pouco mais da metade (51%) correspondeu a ofertas de debêntures, instrumento por meio do qual foram captados R$ 21,5 bilhões nos seis primeiros meses do ano. Já as emissões de notas promissórias corresponderam a 19,4% do total captado no primeiro semestre, atingindo R$ 8,2 bilhões.
As emissões de Crédito de Recebíveis Imobiliários (CRI) alcançaram R$ 6 bilhões, sendo 14,2% do total captado em renda fixa, ao passo que o volume captado por meio de Fundos de Investimento em Direito Creditório (FIDC) chegou a R$ 6,5 bilhões (15,4%).
As ofertas de renda fixa realizadas no âmbito da Instrução CVM 476 representaram 84,1% do volume registrado no semestre, totalizando R$ 35,4 bilhões. A ICVM 476 possibilita a distribuição de ofertas públicas de valores mobiliários com esforços restritos, que as dispensa automaticamente do registro junto à autarquia.
Exterior
O volume de recursos captados no exterior atingiu US$ 22,7 bilhões até maio, e dados preliminares do mês de junho apontam para captações adicionais de US$ 4,2 bilhões.
No semestre, o montante chega a US$ 26,9 bilhões, também recorde para os seis primeiros meses do ano e 18% a mais do que o captado no mesmo período de 2010. Do volume emitido no semestre, 96,5% corresponde a títulos de renda fixa (US$ 25,9 bilhões).
Fonte: Monitor Mercantil