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Empresas importam aço para driblar a alta de preços interna

Texto: Redação AECweb

Presidente do Inda afirma que o aumento dos preços está entre 10% e 13%

06 de novembro de 2009 - O processo de alta do preço do aço continua sendo um ponto de discórdia entre os produtores e os consumidores do produto. A importação do aço é um fator que volta à tona, principalmente por aqueles que não possuem volume suficiente para comprar, e negociar, diretamente das siderúrgicas, recorrendo, dessa forma, aos distribuidores. Uma das saídas encontradas é a importação, como é o caso da fabricante de transmissores mecânicos Woodbrook, que importa da Alemanha aço carbono de alta liga.

Segundo o diretor da produtora, José Velloso, a compra externa do aço é feita há muito tempo, já que o aço chega da Alemanha de 30% a 40% mais barato do que o comercializado no Brasil.

"Como nosso setor é muito pulverizado, tem muita empresa de pequeno porte que não consegue importar", afirma Velloso, salientando que 90% das empresas do setor de máquinas e equipamentos são pequenas e médias. "Nosso setor compra no distribuidor e na maioria eles são de propriedade das usinas", concluiu o executivo, que também é diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Outros grandes consumidores de aço, como as montadoras e fabricantes da linha branca, negociam diretamente com as siderúrgicas.

O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, afirmou que os produtores que possuem volume estão importando. "Nós estamos mantendo conversas com o governo. Também estamos batendo sobre a taxa de importação de aço", disse Aubert Neto. Em junho, a taxa de importação para determinados produtos siderúrgicos foi elevada.

Recentemente, por outro lado, o presidente da General Motors (GM) do Brasil, Jaime Ardila, citou o aumento do preço do aço, fator que, segundo ele, pressionará o custo de produção do veículo. "É muito difícil conseguir repassar os preços de commodities", disse. Procurada pela reportagem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não se manifestou, alegando que se "trata de questões comerciais". O setor automotivo, juntamente com o de bens de capital e a construção civil, são responsáveis pelo consumo de 80% do aço no Brasil.

Distribuidores
Segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, o aumento dos preços - classificado pelas próprias usinas como "retirada de descontos" - está entre 10% e 13%, não havendo projeções para novas altas, segundo o executivo. "Esse processo já está absorvido. Esse ajuste já foi feito, a princípio", afirmou o Loureiro.

De acordo com o presidente do Inda, a alta está sendo repassada aos clientes. "Tem uma hora que a margem fica menor. Se não repassar o aumento é preferível não vender", disse o presidente do Inda. Segundo o executivo, a Usiminas começou o aumento dos preços em setembro, conforme já anunciado pela própria siderúrgica. Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), iniciou a alta em outubro.

Já outro grande consumidor de aço, a construção civil, não espera aumento do preço do vergalhão a curto prazo, mas salienta que o produto "foi um campeão de altas", segundo o diretor de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon), Eduardo Zaidan. Em audioconferência para jornalistas, ontem, o CEO da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, afirmou que a siderúrgica não tem previsto nenhum aumento no preço do aço até o fim do ano. A Gerdau é líder na produção de aços longos nas Américas.

De acordo com o presidente da Câmara Panamenha de Construção, Jaime Jované, a tonelada do vergalhão brasileiro CA 60 (especificação norte-americana) é vendida no Panamá por US$ 475. Já segundo o Sinduscon, o vergalhão CA 50 (padrão brasileiro) custa US$ 1,2 mil no Brasil.

Em outubro, a Votorantim iniciou as operações de sua planta de aços longos em Resende (RJ), que possui capacidade para a produção de um milhão de tonelada por ano, praticamente dobrando a produção atual da companhia. "Nós esperamos que nos dê um alívio", disse o diretor de Economia do Sinduscon.

Fonte: DCI - SP

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