Empresas retomam projetos e voltam a procurar BNDES
Volume de pedidos de crédito no setor de infraestrutura aumentou 21% e a demanda por recursos na indústria cresceu 37%
29 de julho de 2009 - Empresas brasileiras que haviam adiado investimentos por causa da crise financeira retomaram seus projetos, de acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Termômetro das intenções de investimento dos maiores projetos do país, o número de consultas dos empresários que atuam em serviços e comércio por empréstimos do banco cresceu 110% no primeiro semestre deste ano em relação ao anterior.
O volume de pedidos de crédito no setor de infraestrutura aumentou 21% e a demanda por recursos na indústria cresceu 37%.
“Verificamos recentemente que não houve cancelamento de projetos, mas, sim, um grande movimento de adiamento provocado pela crise que está se revertendo”, afirmou o chefe da área de Ánalises do BNDES, Fernando Puga.
O segmento de bens de capitais, “o primeiro a cair e o último a se levantar”, segundo Puga, deve voltar a produzir mais máquinas e equipamentos no segundo semestre, de acordo com o movimento entre o banco e os fabricantes.
O executivo avalia que alguns segmentos afetados pela crise começam a se levantar, a exemplo das siderúrgicas, que voltaram a ligar seus altos-fornos. A metalurgia, segundo levantamento do BNDES, aumentou as consultas ao banco em 22% no que diz respeito a número de projetos. Já em valores, o aumento dos pedidos é de 12%.
O aumento do valor das consultas no BNDES foi de 40% neste semestre, num total de R$ 111 bilhões. O valor, contudo, é um pouco influenciado pelo aumento dos custos de obras. Além disso, deste total, R$ 25 bilhões serão destinados a uma única empresa, a Petrobras, conforme havia sido anunciado pelo governo federal.
Mesmo com esta consulta atípica, o valor das consultas supera expressivamente o montante do ano passado. E o setor de química e petroquímica, que inclui esta operação, também tem um saldo bem superior ao do ano passado sem contar o empréstimo da Petrobras. São R$ 30 bilhões no primeiro semestre de 2009 e R$ 3 bilhões no mesmo período de 2008.
Alimentos, material de transporte, ferrovias e energia elétrica também avançam nas consultas ao BNDES. Papel e celulose e telecomunicações, por outro lado, diminuíram o apetite por recursos.
Fonte: JB Online