Engenheiros do ITA criam máquina para reduzir impacto do lixo
Jacareí, no interior de São Paulo, produz cerca de 4 mil toneladas de lixo doméstico por mês e apenas 3% desse total é reciclado e reaproveitado. Na tentativa de reduzir o impacto ambiental causado pelos resíduos, uma empresa desenvolveu uma máquina que compacta o lixo e ainda gera energia.
"Criamos um Sol particular, a máquina faz basicamente o que o Sol faz. Com as altas temperaturas, ela desintegra todas as partículas do que é colocado nela. Temos as temperaturas do Sol aqui na Terra", afirmou o presidente da empresa, Luis Namura Poblacion. Segundo ele, o que sobra não é prejudicial ao meio ambiente.
A máquina foi criada por uma equipe de engenheiros do Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA) e pode reduzir o volume do lixo em até 200 vezes. Neste processo, ela produz um produto que pode ser metal ou pedra, variando de acordo com a composição do material incinerado. De um lote de fraldas descartáveis e remédios vencidos, por exemplo, os engenheiros conseguiram como sub-produto final uma brita.
"O sub-produto se reduz a uma pedra que é totalmente inerte e não prejudicial ao meio ambiente. Ele vai ficar na natureza por um milhão de anos ou pode ser usado como brita para a construção civil", disse. A invenção já atraiu possíveis compradores no Brasil e no exterior. A empresa ainda aguarda a licença da Cetesb para vender o equipamento, que já está sendo patenteado em 12 países.
Segundo o fabricante, a máquina deve estar disponível no mercado no segundo semestre deste ano e deve custar cerca de R$ 1 milhão de reais. O custo para mantê-la funcionando fica em torno de R$ 38 mil por mês.
Coleta Seletiva
Em São José dos Campos apenas 10% das 14 mil toneladas de lixo produzidas por mês é reciclada, o restante vai para o aterro sanitário da cidade, com vida útil de até oito anos. A prefeitura da cidade pretende ampliar a coleta seletiva.
"Estamos buscando convênios com empresas e universidades para que a gente possa ter melhores parâmetros para enfrentar esse problema [falta de espaço para colocar lixo]", afirmou Boanésio Ribeiro, diretor de operações da Urbanizadora Municipal (Urbam). Segundo ele, a empresa mantém um grupo de estudo para buscar novas tecnologias para o tratamento do lixo.