Enic começa com a promessa de traçar rumos da construção civil
O evento, realizado em Belo Horizonte (MG), vai até 29 de junho e tem a previsão de reunir mais de 1,5 mil pessoas de todo o País
28 de junho de 2012 - Os resultados do 84º Enic serão consolidados e entregues aos candidatos às prefeituras municipais de todo o País. “Vamos consolidar um documento com foco nos desafios de sustentabilidade das cidades”, afirmou Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Em seu discurso de abertura do evento, dia 27 de junho, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), Simão ressaltou a necessidade de o Ministério das Cidades assumir, definitivamente, o seu papel de indutor da melhoria da acessibilidade e da mobilidade dos centros urbanos, aproveitando projetos.
O presidente da CBIC fez uma rápida retrospectiva do ano de 2011, muito ruim para a indústria da construção civil, por ter sido marcado pela desindustrialização, que afetou fortemente o PIB (Produto Interno Bruto). Mesmo diante de dificuldades, o setor registrou alguns avanços, como a criação do Pisac (Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído), cujo principal objetivo é integrar a pesquisa com o mercado imobiliário e o poder público. Apresentado na Rio + 20, esse trabalho serviu de base para a CBIC propor, durante o evento no Rio de Janeiro, a criação de um grupo de trabalho com representantes de todo o mundo para definir conceitos, elaborar indicadores e metas para a construção civil.
Simão lembrou que, em 2011, durante o Enic, em São Paulo, lançou o desafio para o governo revolucionar o setor de saneamento básico, a exemplo do que foi feito com a indústria imobiliária após o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida.
O presidente da CBIC criticou a redução dos debates para alterar o Código Florestal entre os setores ruralistas e ambientalistas. “O restante da sociedade civil ficou de fora”, enfatizou, pedindo atenção especial do governo para a Medida Provisória que viabilizará o Código Florestal.
Simão criticou também a medida do governo de zerar a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para os combustíveis. Parte dos recursos arrecadados era destinada para obras de infraestrutura. “O setor quer praticar a engenharia, e os projetos são prejudicados com a burocracia. É preciso aprimorar e capacitar a gestão pública.”
Outro aspecto ressaltado por Simão foi a "banalização” e “desvirtualização” do seguro desemprego. “O nosso setor responde por 10% dos empregos formais”, concluiu.
Crédito Imobiliário – O presidente da Caixa, Jorge Hereda, anunciou que o banco vai aplicar R$ 100 bilhões em crédito imobiliário neste ano. “Isso representa um crescimento de 35% a 40%. Isso é um grande avanço.” O dirigente pediu para que o setor não se contamine com a crise estrangeira. “A Caixa não irá recuar. Vamos continuar baixando os juros e disputar esse mercado, para permanecer na vanguarda.”
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que o momento é favorável para refletir acerca das conquistas e dos desafios do setor. “Um olhar pequeno sobre os indicadores mostra que avançamos bastante na geração de empregos e na transformação da sociedade, como o Minha Casa, Minha Vida. O governo manterá seu firme propósito na promoção do desenvolvimento com justiça social. Vamos fazer grandes obras, sem esquecer os brasileiros à margem da linha da pobreza”, comprometeu-se.
O ministro disse que o governo quer cidades com qualidade e destacou três aspectos que colaboram nesse sentido: enfrentamento das crises por meio da política de desenvolvimento econômico com viés social; combate da cultura de baixo investimento em projetos sociais; modernização das legislações arcaicas e ineficientes, sobretudo a que trata de licitações.
Coragem e ousadia - Antonio Anastasia, governador do Estado de Minas Gerais, disse que a construção civil e pesada são imprescindíveis para a Nação. “A economia musculosa, a inclusão social e a construção civil cuidando do nosso cotidiano gera segurança.”
Anastasia aproveitou a oportunidade para pedir a reformulação do pacto federativo. “Os governos estaduais têm pouca influência nas políticas públicas.”
Responsabilidade social – O prêmio CBIC de Responsabilidade Social – Edição 2012 foi entregue a cinco ganhadores por Maria Helena Mauad, presidente do Fasc-CBIC - Fórum de Ação Social e Cidadania.
Na categoria Entidade, ganharam Ademi-AL, com o trabalho Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida; e Sinduscon Blumenau-SC, com Escola da Construção – Estrelas do Futuro. Na categoria Empresa, a Construtora Camargo Corrêa venceu com o trabalho Tempo de Empreender – Rondônia, e a Cofix Construções e Empreendimentos, com Empregabilidade – Uma parceria entre a Cofix e o Grupo Cultural Afroreggae. Como Destaque Social, o Seconci-MG ganhou com o projeto Ações desenvolvidas pelo Seconci-MG.
O 84º Enic prossegue até 29 de junho, com palestras econômicas e técnicas.
Fonte: Secovi-SP