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Especialistas apontam aquecimento do mercado imobiliário de luxo no Rio

Texto: Redação AECweb

De acordo com os dados da Ademi, foram lançados 79 imóveis residenciais acima de 1 milhão de reais até o mês de julho

27 de agosto de 2009 - Apesar da crise econômica ter afetado grande parte das empresas brasileiras, o mercado imobiliário carioca aponta um aquecimento no setor de luxo. É o que indicam os especialistas.

De acordo com os dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), somente neste ano, até julho, foram 79 lançamentos de imóveis residenciais acima de R$ 1 milhão. E, de acordo com o vice-presidente da entidade, Rodrigo Conde Caldas, a demanda é cada vez maior por esse tipo de empreendimento.

"O mercado de imóveis de luxo é o que mais tem valorizado, com uma demanda sempre constante, apesar da retração percebida em setembro e outubro do ano passado por causa da crise. Mas o mercado voltou a aquecer em janeiro. A crise bancária, financeira abalou o encanto por este tipo de investimento, tornando atrativo novamente o mercado de imóveis. A falta de espaço na cidade para a construção contribui também para uma alta e rápida valorização deste tipo de produto, principalmente, em áreas como Ipanema e Leblon",  explica Rodrigo Conde Caldas.

O diretor da imobiliária Judice & Araújo , Rodolfo Júdice Araújo, concorda com o colega, mas acrescenta que a comercialização de imóveis acima de R$ 2 milhões ainda não teve recuperação.

"A comercialização de imóveis até R$ 2 milhões está ótima desde março deste ano. O mercado com valores superiores foi mais afetado e ainda não recuperou o ritmo que tinha até agosto do ano passado", alerta Rodolfo.

Além da valorização do metro quadrado, Conde Caldas destaca a possibilidade de rendimento também através da locação deste tipo de imóvel. "Antes, a taxa de retorno de aluguéis era muito pequena em relação ao que o mercado financeiro rendia. Apesar de o aluguel comercial ser mais vantajoso, com renda de 0,7% ou 0,8 %, no residencial, mesmo com renda de 0,4%, há um ganho sobre a inflação. Apesar de parecer pequena é uma taxa interessante em termos anuais", afirma o vice-presidente da Ademi.

As áreas da Barra e da Zona Sul são as que concentram a maior parte dos empreendimentos de luxo. Mas, as características dos prédios diferem de uma região para outra. Em bairros como Leblon e Ipanema, a área das unidades residenciais costuma ser menor, chegando, nos atuais lançamentos, a um máximo de 240m², com até 4 quartos.

O padrão de luxo da Zona Sul também não explora tanto as áreas de lazer de uso comum como acontece com os empreendimentos da Barra. Além de não ter espaço para este tipo de projeto, o morador desta região valoriza o bairro, a rua e as áreas públicas de entretenimento como praias e praças. É um comprador que curte andar a pé e viver a cidade.

Já o residente da Barra tem outra concepção de morar e procura algo mais exclusivo. Além disso, o mercado do Rio tem constatado uma mudança no perfil dos compradores na Zona Sul é o que relata Rodolfo Judice Araújo.

"Um grande número de aposentados não tem mais poder aquisitivo para continuar morando nesta região, colocando a venda seus imóveis que são adquiridos por uma garotada que está ganhando dinheiro. Parece haver uma substituição natural. O imóvel usado é mais barato, mesmo na orla onde o preço de metro quadrado varia de R$ 15 a R$ 18 mil, enquanto um novo está entre R$ 20 e R$ 25 mil reais", relata o diretor de imobiliária Rodolfo Judice Araújo.

A Judice & Araujo registrou, no segundo trimestre deste ano, um crescimento expressivo nos seus dois principais mercados, em comparação ao mesmo período do ano passado. Na cidade do Rio de Janeiro, a empresa teve 102% de aumento nas vendas, enquanto que, na região serrana, o percentual foi de 108%, sinal de que o mercado de luxo continua em franca aceleração no Estado.

O imóvel de luxo tem uma variação acentuada de acordo com a localização. Enquanto em Ipanema e Leblon, não incluindo Delfim Moreira ou Vieira Souto, o preço do metro quadrado deste tipo moradia pode ir de R$ 10 mil a R$ 20 mil reais, no Jardim Botânico, o valor cai para R$ 6 mil ou R$ 7mil reais e em Copacabana chega a R$ 5 mil ou R$ 6 mil reais o metro quadrado.

Para o vice-presidente da Ademi, Rodrigo Conde Caldas, entretanto, não há teto para o preço do metro quadrado de imóveis de luxo. "O que faz o preço do imóvel é o tipo de produto. Os imóveis de luxo são construídos em áreas valorizadas e procuram atingir a melhor qualidade possível. A maior procura está concentrada na Zona Sul onde também há uma demanda por imóveis comerciais de luxo revelando uma tendência, pelas facilidades que oferece principalmente de poder morar perto do trabalho", diz Rodrigo Conde Caldas.

Lançamentos de luxo no setor residencial e comercial do Rio


Esta segunda metade de 2009 já anuncia alguns lançamentos no setor imobiliário de luxo residencial e comercial. A RJZ Cyrela, por exemplo, deu a partida nos seus projetos para o segundo semestre, com o lançamento do Galleria Paissandú, no Flamengo, bairro que não recebe novos apartamentos desde 2006, segundo a Ademi.

Com apenas 18 unidades residenciais, o empreendimento terá apartamentos de quatro quartos, de 159 a 182 m2. Os preços variam custam entre R$ 967 mil. O valor geral de venda (VGV) é de R$ 26 milhões.

No setor comercial a incorporadora lança esta semana, em parceria com a Carvalho Hosken e CCP, um complexo empresarial, o Corporate Executives Offices (CEO), na região da Barra. O empreendimento contará com 470 unidades com investimento total de R$ 300 milhões e VGV de R$ 550 milhões.

A Rossi Construtora está com dois empreendimentos voltados para o setor de luxo, sendo um em Laranjeiras e outro na Barra da Tijuca. O Parque Laranjeiras reúne, no casarão, 16 Lofts, com metragem de 60 a 95 m²; 42 apartamentos sendo 36 de 3 e 4 quartos (de 130 a 177 m²) e 6 coberturas dúplex de 3 e 4 quartos (de 250 a 350 m²); e um prédio novo com 94 apartamentos sendo 88 de 2 e 3 quartos, com metragens de 80 m² a 100m² e 6 coberturas dúplex de 3 e 4 quartos (de 160 a 206 m²). Já o Pier Residências, em parceria com a Decta, tem plantas que vão de 78 m² a 226 m² na Barra da Tijuca.

A Concal é uma das construtoras com maior número de lançamentos de luxo na Zona Sul, sendo mais de 100 empreendimentos, com quatro dos sete canteiros de obra do Leblon. Outra construtora atuante no mercado de luxo é a Calçada que investe em empreendimentos de alto padrão na Barra da Tijuca, com cinco na Península, sendo quadro deles duplex.

Fonte: O Globo Online

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