Estudo prevê investimentos de R$ 235 bi no Rio até 2016
Levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para o estudo "Decisão Rio 2014-2016" realizado junto a empresas e governos mapeou R$ 235,6 bilhões em investimentos em 98 projetos no Estado para o triênio 2014-2016. O volume é 16,6% maior do que o verificado no triênio anterior e inclui 22 projetos novos.
O setor de óleo e gás responde por 60% (R$ 143 bilhões), mas há novidades nas categorias indústria de transformação (R$ 40,5 bilhões) e infraestrutura (16,1% do total, com R$ 37,9 bilhões). Esses últimos segmentos animam o mercado.
"São investimentos que podem consolidar o Rio como hub logístico nacional e internacional. São importantes para apoiar empresas que já estão no Estado, diminuir custo de cargas e dar competitividade, mas também para atrair novos investimentos", resume a especialista em investimentos e infraestrutura da Firjan, Julia Nicolau Butter. Do total previsto para infraestrutura, 46% (R$ 17,6 bilhões) serão direcionados para a área de transportes e logística.
Segundo ela, na lista de novos projetos, os mais esperados pelas empresas são a BR-040 e a duplicação da BR-116, além do Arco Metropolitano, que participam do novo levantamento com R$ 300 milhões em investimentos para o período. O primeiro trecho (72 quilômetros entre Itaguaí e a BR-040) será inaugurado este ano.
"Esse trecho dá acesso a uma região de fronteira, com grandes áreas livres e baratas, que podem atrair muitos investimentos" afirma o gerente de competitividade industrial e investimentos da Firjan, Cristiano Prado.
Os investidores já estão atentos. A empresa Global Logistic Properties (GLP), de Cingapura, planeja destinar ao Estado cerca de 40% dos investimentos no país nos próximos anos. Um primeiro projeto, de R$ 200 milhões, está previsto para o bairro de Irajá, na zona norte da cidade, próximo à avenida Brasil. Um segundo, na área de influência do Arco Metropolitano, está em desenvolvimento.
Na Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), a atenção às obras de infraestruturaque podem favorecer investimentos é grande. A entidade está mapeando áreas no entorno do Arco Metropolitano, onde poderá estabelecer novos distritos industriais. Trabalha também para retomar espaços nos distritos industriais do Estado ao longo da avenida Brasil para revitalizar esses espaços e atrair novos empreendimentos.
Nos municípios na área de influência do Arco Metropolitano estão 15% da população do Estado, mas apenas 9% dos empregos e 11% do PIB. "É uma região com grande potencial, mas também com alguns desafios. Tem pouca água, não tem banda larga e precisa de um zoneamento industrial que evite o risco de uma ocupação desorganizada", afirma Prado. Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, o estudo mostra boas perspectivas já no curto prazo. "Os europeus estão apostando forte na indústria do Rio."
A metodologia da Firjan consiste em questionar as empresas a respeito dos investimentos previstos para o período, mas a entidade não acompanha o andamento dos projetos. "Tiramos projetos declarados que claramente não andam, como os do Grupo X", disse Vieira.
De acordo com a coordenadora do estudo, 80% dos investimentos declarados já constavam do levantamento anterior e 20 % são novos. O único cancelado foi a Thernin, siderúrgica do grupo Techint que estava em revisão.