Estudos para criação de índice que medirá preços dos imóveis estão parados
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A ideia era que o novo índice ficasse pronto antes da Copa de 2014, pois eventos esportivos dessa magnitude costumam inflacionar os valores nas cidades onde ocorrem
18 de janeiro de 2013 - A preocupação em turbinar o setor da construção civil para reforçar o PIB fez o governo conceder uma série de isenções fiscais e a Caixa reduzir juros para a compra de imóveis acima de R$ 500 mil. No entanto, uma medida prudencial - que poderia ajudar a evitar problemas especificamente no setor imobiliário - não deve sair do papel tão cedo. Há mais de um ano, o governo anunciou a criação de um indicador para acompanhar o comportamento dos preços de imóveis. A ideia era que o novo índice ficasse pronto antes da Copa de 2014, pois eventos esportivos dessa magnitude costumam inflacionar os valores nas cidades onde ocorrem. No entanto, fontes da equipe econômica dizem que os estudos estão parados, porque a coleta de dados necessária para isso é muito extensa.
Uma parceria entre Ministério da Fazenda, Banco Central e Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi feita em 2011 para a montagem do novo índice. O indicador seria um instrumento para prever e combater bolhas, como a que afetou o mercado imobiliário americano. O trauma provocado pela crise nos Estados Unidos, que acabou desencadeando uma crise econômica global em 2009, levou os países a discutirem a necessidade de monitorar a inflação de ativos como imóveis para evitar surpresas. Atualmente, os índices de imóveis são feitos esporadicamente por sindicatos regionais.
O trabalho não foi concluído, porque os técnicos ainda não conseguiram coletar todos os dados necessários para compor um indicador tão complexo. Mas o Conselho Monetário Nacional (CMN) já deu o primeiro passo. Em meados de 2012, tornou obrigatório o registro em sistemas certificados pelo Banco Central de todas operações em que imóveis são dados como garantia.
A medida passou a gerar para o BC uma série de informações a que a autoridade monetária não tinha acesso, como valores das avaliações dos imóveis, assim como detalhes descritivos destes bens (número de quartos e localização, entre outros). Com isso, os técnicos conseguirão perceber manipulações de preços no mercado e prever bolhas, algo muito complicado de se fazer hoje.
Outra medida que vem sendo estudada pelo governo para o mercado imobiliário seria elevar de R$ 500 mil para R$ 750 mil o valor limite de imóveis que podem ser financiados por meio do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), onde o cliente pode adquirir um imóvel com seu saldo do FGTS. No entanto, os técnicos alegam que não há consenso sobre essa medida. Isso porque o aumento do limite não beneficiaria um número grande de pessoas, mas poderia provocar um saque elevado de recursos do FGTS.
Fonte: O Globo