Evento mostra perspectivas do setor de materiais de construção para 2013
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
ABRAMAT divulga e apresenta estudo da Cadeia Produtiva
06 de novembro de 2012 - Nesta terça-feira (06/11), a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou, em um evento realizado em São Paulo, as perspectivas do setor para 2013. Entre elas, os dados mostram que a produção física da indústria de materiais deve crescer à frente do PIB no próximo ano, contribuindo com a recuperação da atividade.
Além disso, a demanda deve ser sustentada pelas compras das famílias, responsáveis por mais da metade do destino final da produção de materiais de construção. Já os juros mais baixos, câmbio mais alto e níveis de demanda preservados devem favorecer a produção da indústria nacional. O cenário que mostra sinais de recuperação do crescimento registrados entre junho e agosto foi parcialmente revertido em setembro, mas ainda assim, as condições macroeconômicas são mais favoráveis do que nos últimos meses de 2011.
Dentro do volume de vendas de materiais de construção no varejo, o acumulado até agosto atingiu +8,7%. O valor estimado entre 2012/2011 chegou a +8,2% e o projetado 2013/2012 a 6,0%. Em um cenário mais amplo, as vendas no varejo foram impulsionadas principalmente pelas medidas de estimulo ao setor automobilístico, mas mesmo no varejo restrito, o volume de vendas é cerca de 10% superior a 2011. Isso se dá por conta do número crescente de famílias que possuem imóveis próprios, o que favorece os gastos com reforma e manutenção.
Mais que as projeções para 2013, a ABRAMAT divulgou o estudo completo do Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais e Equipamentos referente ao ano de 2011. Este material apresenta, anualmente, os números mais relevantes da cadeia produtiva da construção, sendo a principal referência de informações econômicas do setor. A maior novidade neste ano está no mapeamento dos canais de distribuição dos produtos da indústria de materiais e os resultados da pesquisa detalhada do perfil de despesas das famílias brasileiras com materiais de construção.
Canais de distribuição
Uma das principais inovações dentro do tópico “canais de distribuição” foi a distinção entre os ramos atacadista e varejista do comércio. As estimativas para 2011 revelam que quase 60% das vendas da indústria de materiais tiveram como destino o comércio (atacado e varejo) e 31,4% teve como destino as construtoras. Como esperado, o perfil de vendas do varejo é fortemente concentrado na famílias. Já o atacado atende a um público mais diferenciado, incluindo construtoras, varejistas e compradores como condomínios, hospitais e empresas diversas.
Perfil de despesas das famílias brasileiras
Desconsiderando região ou faixa de renda, o estudo identificou que o maior percentual de gastos das famílias está relacionado às compras dos serviços de construção (contratação de pedreiros, pintores ou empreiteiros, feita diretamente pelas famílias), com 42,4%. Já a compra de materiais procedentes da indústria de transformação (cimento, tintas, metais sanitários, entre outros), ocupa a segunda colocação de consumo e corresponde a 36,7% dos gastos com construção. O setor de indústria extrativa (areia, pedra e brita) vem logo a seguir, com 20,9% das despesas.
A região Sudeste é a área do Brasil que representa o principal mercado nacional de serviços de construção civil, com um percentual de 44,7% de gastos realizados pelas famílias dos quatro Estados. O estudo também destaca o comportamento das famílias classificadas na faixa 1 de rendimento da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Ao contrário do perfil geral traçado pelo estudo, nota-se que a classe de renda familiar mensal mais baixa (R$ 840) dispõe a maior parcela dos seus gastos para a compra de materiais procedentes da indústria de transformação (49,9%). A contratação de serviços corresponde a 33,9% e a indústria extrativa responde por 16,2%.
Crescendo em ritmo menor
Dentro do crescimento do setor, a geração de empregos foi bastante expressiva. Mais de 830 mil pessoas assumiram novos postos na cadeia. Contudo, houve uma redução de quase 60% na comparação com 2010, quando o número de ocupados aumentou em 1,992 milhão de pessoas. A indústria de materiais sofreu com o menor ritmo de atividade das empresas de construção e com a maior penetração das importações. Ainda assim, registrou um crescimento expressivo nesse cenário negativo. A taxa de crescimento real, ou seja, corrigida pela inflação setorial, caiu de 18,5% em 2010 para 4,6% em 2011.
Fonte: Abramat