Exportação cresce e reanima indústria do aço
Em junho, as exportações da indústria siderúrgica brasileira cresceram 45% em relação a maio e 3,5% sobre 2008
17 de julho de 2009 - Em junho, a indústria siderúrgica brasileira, uma das mais atingidas pela crise global, teve um desempenho que surpreendeu até os fabricantes mais otimistas. As exportações cresceram 45% em relação a maio e 3,5% sobre junho do ano passado. Desde o agravamento da crise, em setembro, as exportações haviam desabado em razão da queda do consumo nos EUA, China e Europa. Agora, a nova demanda vem principalmente da Ásia e já puxa para cima os preços internacionais em vários mercados. Em alguns casos, a alta passa de US$ 100 por tonelada.
A China, com um crescimento forte da economia - o PIB no segundo trimestre avançou 7,9% -, é o principal sustentáculo desse movimento, que estimulou também a recomposição de estoques em outros países da região, como Indonésia, Taiwan, Coreia do Sul e até Japão.
A retomada da demanda asiática levou empresas a anunciar, em junho, a reativação de fornos desligados havia até seis meses. A Gerdau Açominas, em Ouro Branco, que tinha paralisado seu maior alto-forno em meados de dezembro, recolocou-o em operação em 1º de julho. A CSN religou um equipamento inativo desde março, estimulada por encomendas de clientes externos, segundo Benjamin Steinbruch, presidente da empresa.
Desde o início de julho, a ArcelorMittal Tubarão, maior siderúrgica do país, também opera os grandes altos-fornos da usina em sua capacidade máxima, informou ao Valor Benjamim Baptista, presidente da companhia. "No mercado internacional, estamos focados basicamente nas vendas de placas, mas também há pedidos para laminados", disse. Em Tubarão, a usina funciona com 83% da capacidade. Em dezembro, operava a 50%.
No mercado interno, a melhora é gradativa, puxada pela demanda automotiva, de linha branca e construção. Em junho, as vendas das usinas aumentaram 0,8% sobre maio, mas estavam ainda 34% abaixo do nível de um ano atrás. As importações estão em queda.
Fonte: Valor Econômico