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Fabricantes apostam na venda de peças e serviços para mantar à receita em 2014

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

O resultado da crise foi devido à chegada de novas marcas ao país

03 de junho de 2014 - Após um considerável período de fartura, a indústria de equipamentos para construção civil - também conhecida como linha amarela - enfrenta um forte arrefecimento. O quadro é agravado pelo aumento da competição, resultante da chegada de novas marcas ao País. Neste cenário, os fabricantes devem se concentrar na venda de peças e serviços para manter a receita em 2014.

"Estamos nos readequando ao novo cenário. Neste ano, nós não vamos crescer", disse ao DCI o CEO da BMCHyundai, Felipe Cavalieri. A companhia brasileira firmou, há alguns anos, uma joint venture com a gigante sul-coreana para fabricar equipamentos de linha amarela da marca em solo nacional. À época, o mercado estava a todo vapor. "A competição está cada vez mais acirrada", destaca o executivo.

Cavalieri afirma que as vendas da BMC têm se mantido principalmente devido a licitações de obras do governo e concorrências de empresas como os Correios. "O mercado como um todo tem registrado uma forte retração dos volumes de máquinas vendidas", ressalta o CEO da BMC.

Segundo dados da entidade do setor, a Sobratema, as vendas de linha amarela devem apresentar uma retração de 3,3% em 2014, em um mercado antes tido como bastante promissor.

Ainda de acordo com um estudo da associação, a média anual de aumento das vendas de máquinas de 2013 até 2018 deve ser de 5,49%. Porém, este crescimento "depende da retomada de investimentos e da viabilização efetiva dos projetos que estão sendo elencados para reduzir os gargalos existentes na infraestrutura nacional", destaca a Sobratema.

"O volume destas obras ainda é pequeno", avalia Cavalieri. O executivo afirma que a BMC investiu, nos últimos dois meses, R$ 25 milhões em peças para garantir o abastecimento dos clientes e a meta da empresa é ampliar a participação do pós-vendas no faturamento de 15% para 25% em 2014. "Este é um grande desafio, não deixar o mercado paralelo de peças prevalecer", destaca.

Ele afirma ainda que o aporte em pós-vendas visa o longo prazo. "Fizemos um investimento pesado, mas que garante a tranquilidade do cliente", diz Cavalieri, que complementa. "Temos estruturado um agressivo plano de expansão no Brasil, por isso temos que investir cada vez mais no pós-vendas", diz o executivo.

Rentabilidade

Começa hoje a maior feira do setor na América Latina, a M&T Expo, cujo tema central será os desafios das empresas para manter a rentabilidade em um cenário de arrefecimento. Para a norte-americana Terex, o momento é ruim, e é exatamente por esse motivo que o negócio de pós-vendas será tão importante.

"Eu acredito que, principalmente neste ano, o pós-vendas será fundamental, pois deve fidelizar os clientes. A competição está cada vez mais acirrada", afirma o gerente de serviços da Terex do Brasil, Alexandre Flatschart. Segundo o executivo, o negócio de peças e serviços da empresa cresceu quase 15% no acumulado do ano. "Em momentos como este, os fabricantes precisam ir atrás do parque para ao menos manter as margens", destaca.

A média de participação do pós-vendas no faturamento da Terex é de cerca de 20%. "Para este ano, essa proporção deve aumentar. Vamos crescer bastante neste negócio", afirma Flatschart. Uma das frentes em que a empresa atua, a de pontes rolantes para o segmento industrial, tem no pós-vendas 50% do seu faturamento. "Os clientes desta área perceberam a importância de possuir equipamentos regionais, pois facilita a manutenção", destaca o executivo.

Para 2014, o CEO da BMC aguarda por incertezas. "As eleições geram apreensão no setor. Já para 2015, podemos esperar um reaquecimento por conta das concessões", afirma Cavalieri. Para Flatschart, este ano será apenas de manutenção para a indústria. "Alguns segmentos podem crescer, mas não em vendas", reforça.

Fonte: DCI

 

 

 

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