Febraban descarta bolha no crédito imobiliário
Federação de bancos considera que financiamentos liberados para o setor, equivalentes a 47% do PIB, não oferecem qualquer risco ao sistema
15 de setembro de 2011 - O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, classifica como "totalmente fora de propósito a colocação de que haja formação de bolha de crédito no Brasil, especialmente no setor imobiliário", conforme aparece, vez por outra, em artigos da imprensa internacional. Sua colocação foi feita durante coletiva online realizada ontem para divulgar a Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado referentes a setembro.
Sardenberg disse que andou analisando artigos publicados na imprensa estrangeira e com-parando com os números oficiais do Brasil e não conseguiu ver nenhuma possibilidade de formação de bolhas no País. Aqui, disse, o crédito total equivale a 47% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é um percentual baixo. Além disso, continuou, o crédito no Brasil é bastante pulverizado. No setor imobiliário é da ordem de 4% e está concentrado na Caixa Econômica Federal. Ou seja, o setor privado está pouco exposto a essa modalidade de crédito.
Para Sardenberg, os próprios artigos sobre bolha de crédito no País se contradizem quando relatam comprometimento maior da renda do consumidor brasileiro. Ele explica que aqui há maior comprometimento da renda porque a taxa de juros no País é muito alta e o prazo dos financiamentos é curto. Por isso, os brasileiros comprometem parcela maior da renda. Por outro lado, pondera, pagam dívidas em prazo bem menor que os americanos.
Segundo a mediana das expectativas de 33 bancos participantes da Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, as operações de crédito da carteira total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deverão crescer 16% neste ano. O levantamento foi feito entre os dias 8 e 13 de setembro. Para 2012, as projeções apontam para expansão de 15,1%. Na pesquisa anterior, a mediana das projeções era de alta de 16,4% da carteira em 201 lede 15,9% em 2012.
Para as operações de crédito direcionado, a pesquisa atual aponta para crescimento de 17,9% neste ano e, para 2012, de 15,7%. As operações de crédito com recursos livres, na mesma ordem, devem aumentar 14,9% e 14,4%. O crédito para pessoas físicas com recursos livres deverá crescer 14,9% em 2011 e 14,3% em 2012.
As operações de crédito pessoa física deverão avançar 16,2% neste e no próximo ano. Para as operações de crédito pessoa física na aquisição de veículos, a previsão é de expansão de 14,1% em 2011 e de 15% no próximo ano. Para pessoas jurídicas, o crédito com recursos livres deverá aumentar 14,8% neste ano e 15% em 2012. A taxa de inadimplência deverá ficar em 4,7% neste e no próximo ano.
Fonte: Jornal do Commercio