Feirão tem 26 mil imóveis à venda no Expominas
Preços na Grande BH variam de R$ 50 mil a R$ 1 milhão, e Caixa espera movimentar R$ 450 mi
11 de junho de 2010 - Imóveis na planta, novos e usados e o principal agente financiador da habitação no país têm encontro marcado de hoje (11) a domingo, no Expominas, no 6º Feirão Caixa da Casa Própria. São mais de 26 mil imóveis em oferta por 26 construtoras e 30 imobiliárias, concentrados, principalmente, em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Os preços variam entre R$ 50 mil e R$ 1 milhão, mas a maioria encontra-se na faixa de R$ 80 mil a R$ 130 mil. E os juros, entre 4,5% e 12,1% ao ano, mais TR. A expectativa do banco é de movimentar R$ 450 milhões em negócios.
Com documentos básicos como carteira de identidade, CPF, os três últimos contra-cheques e comprovante de residência, o interessado poderá fazer simulações e escolher a opção que mais se encaixa no orçamento familiar. Após a simulação, o consumidor pode procurar o imóvel que esteja dentro da faixa de preço indicada. No feirão, há corretores disponíveis para levar o candidato a mutuário até os imóveis em oferta. Se houver intenção de fechar o negócio, o consumidor deve entregar seu documento e a do imóvel para agentes da Caixa, que analisarão sua regularidade para assinatura do contrato.
O gerente Regional de Habitação da Caixa, Marivaldo Araújo Ribeiro, garante que haverá a infraestrutura local necessária para dar início ao processo de financiamento. "Tudo estará preparado para que o consumidor dê início ao processo no próprio feirão. Será possível, até, assinar o contrato lá mesmo, mas não é o mais frequente", explica o gerente.
O financiamento pode ser feito através das cartas de crédito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Para financiar com recursos do FGTS, que tem taxas de juros menores, o cliente deve ter renda familiar de até R$4.900,00, não pode ser proprietário de outro imóvel e o valor do bem deve ser de até R$130 mil para Belo Horizonte, R$100 mil para a região metropolitana e R$ 80 mil para o interior. As taxas de juros variam de 4,5% a 8,66% ao ano, mais TR. Neste módulo, todos os clientes que financiarem imóveis novos serão enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida. No Feirão, há 5.055 imóveis em condições de serem financiados segundo os critérios do programa.
Já para o financiamento através da carta de crédito do SBPE, o cliente deve ter renda familiar acima de R$ 4.900,00, e o valor do imóvel deve ser acima de R$ 130 mil para Belo Horizonte, R$ 100 mil para a região metropolitana e R$ 80 mil para o interior. Neste caso, o mutuário pode ter outro imóvel registrado em seu nome. As taxas de juros variam de 9% a 12,1% ao ano, mais TR.
Os prazos de pagamento são de até 30 anos, desde que a soma da idade do mutuário e do financiamento não ultrapasse 80 anos e seis meses. Pela primeira vez, não serão oferecidos imóveis retomados pela Caixa de mutuários inadimplentes. "Com a queda da taxa de inadimplência, temos poucos imóveis nessa situação e não justifica colocá-los no Feirão", justifica o gerente.
Apesar das facilidades oferecidas pela reunião de imóveis e agente financiador em um mesmo espaço, o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardim, alerta que a compra do imóvel não pode ser feita com afobação. Apesar do limite fixado pelos agentes financeiros para comprometimento da renda em 30%, a orientação de Tardim é para que as famílias não ultrapassem o teto de 15%.
"Fizemos uma pesquisa, a partir de 400 contratos de imóveis retomados por inadimplência, e todos previam o comprometimento de 30% da renda. As pessoas não pensam que o custo de vida vai subir, que vão pagar condomínio, comprar carro, ter filhos. O ideal é comprometer, no máximo, 15%", orienta o advogado, um defensor da poupança prévia para a redução do custo total do financiamento, principalmente em um cenário de preços de imóveis nas alturas e aluguéis nem tanto.
"Se o aluguel estiver em até 0,4% do valor do imóvel onde a pessoa mora, acho que vale a pena fazer uma poupança programada e dar uma entrada maior", orienta.
Em Belo Horizonte, segundo o último levantamento da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), os preços dos aluguéis residenciais têm variado entre 0,3% e 0,55% do valor de venda das unidades.
O aluguel de um apartamento de três quartos em bairro popular, por exemplo, tem custado, em média, 0,3% do valor total.
Fonte: Hoje em Dia - MG