Finalização dos trechos Leste e Norte dá novo fôlego ao transporte
Com o principal objetivo de organizar o trânsito de passagem da Região Metropolitana de São Paulo, a finalização dos trechos leste e norte do Rodoanel Mario Covas deve promover um novo fôlego para o setor de transporte rodoviário de cargas do País. Ele também será o maior conector logístico do país, constituindo-se em um importante meio de incremento de produtividade e de desenvolvimento econômico, aproximando os centros de produção e consumo e reduzindo os custos relativos ao transporte.
Prestes a ser concluído, o trecho leste, com 43,5 quilômetros de extensão, será a principal ligação entre o maior porto do Brasil, o de Santos, e o maior aeroporto do País, o de Guarulhos, e reduzirá em cerca de um terço o tempo demandado no percurso entre Guarulhos e o ABC paulista. Será também uma alternativa ao complexo Jacu Pêssego. A construção do trecho é feita pela concessionária SPMar, que também será responsável pela administração.
No início do ano a concessionária solicitou a prorrogação do prazo de entrega do trecho leste. Tal adiamento, previsto em contrato, está embasado sobre questões técnicas, não passíveis de identificação na assinatura do edital, por exemplo: o aumento do volume de terraplenagem.
O trecho leste do rodoanel é o primeiro projeto de concessão no País em que todo o investimento - R$3,2 bilhões - é privado. Cabe à concessionária a execução do projeto e, em troca, tem a administração por 32 anos. O retorno desse aporte será na forma do pedágio. Para a construção desse trecho era prevista a desapropriação de 1.071 edificações urbanas e rurais. No entanto, 654 propriedades foram desapropriadas, número 39% menor que o previsto. Atualmente restam quatro propriedades a serem desapropriadas, localizadas em Arujá.
Para conclusão do rodoanel inteiro ainda falta também o trecho norte, de responsabilidade de construção da Dersa e previsto para ser acabado em fevereiro de 2016. O custo estimado para este empreendimento foi de R$ 6,5 bilhões, porém, com desconto conseguido na obra, este valor caiu para R$ 6 bilhões. Com 21% das obras concluídas, até o mês passado o investimento total foi de R$ 2,2 bilhões.
O trecho norte é financiado pelo governo do Estado de São Paulo - que arca com R$ 4 bilhões - e pelo governo federal, com R$ 2 bilhões. No primeiro caso são duas fontes: o Tesouro do Estado, por meio da arrecadação de impostos, e o financiamento junto ao Banco Internacional de Desenvolvimento (BID). Com 44 quilômetros de extensão - mais 3,6 quilômetros de ligação ao Aeroporto Internacional de Guarulhos - tem expectativa de receber 65 mil veículos por dia, sendo 35 mil só de caminhões.
O Programa de Reassentamento da Dersa conta com 3.179 famílias de São Paulo e 726 de Guarulhos. Destas, 1.455 e 353 respectivamente optaram pela casa em padrão CDHU. "Em junho teremos quase 300 casas prontas em Guarulhos. E já temos construções iniciadas na Freguesia do Ó, em Perus e no Jaraguá, em São Paulo", afirma Laurence Casagrande, presidente da Dersa. No entanto, a entrega de todas as unidades só deve ocorrer até 2016.