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Fundos imobiliários ganham novo fôlego após a crise

Texto: Redação AECweb

Dos 75 registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 27 fundos foram negociados na Bolsa ou em balcão organizado

15 de junho de 2009 - O setor imobiliário, muito enfraquecido com o início da crise financeira internacional, busca saídas para uma forma mais viável de captação de recursos com a volta do investidor estrangeiro. Entre as opções de captação, os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) têm ganhado destaque e atraído compradores. Especialistas estiveram reunidos na semana passada para discutir o assunto em seminário organizado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em parceria com a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP).

"Acreditamos em um grande crescimento dos fundos imobiliários. Acredito ser o mais prático para os investidores, mas precisamos estimular ainda mais a indústria de fundos de investimento no Brasil", afirma Martim Fass, responsável pela área de administração de fundo imobiliário da Rio Bravo, empresa especializada em gestão de recursos de fundos de investimento em longo prazo.

Hoje, todos os gestores de fundos estão lutando contra a alta tributação brasileira, principalmente para aplicações no setor imobiliário. "Queremos uma redução da alíquota de 20% para 15%, isso traria uma mudança enorme para o mercado de fundos de investimento", diz Fass.

Atualmente existem 75 FIIs registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo 27 negociados na Bolsa ou em balcão organizado. Do total, 18 tiveram uma negociação ou mais nos últimos 12 meses. O patrimônio líquido total dos fundos é de R$ 4,2 bilhões, com volume estimado superior a R$ 6 bilhões em ativos.

Outro tipo de emissão comentada foi a de CRI, que para alguns especialistas, esta seja a melhor forma de companhias do setor realizarem captações. "Acredito que os investidores estão saindo dos fundos e partindo para aplicações em títulos emitidos diretamente pela empresa, como em CRI ou debêntures", acredita João Carlos Zani, diretor de renda fixa do Banco Bradesco BBI.

Rodrigo Machado, da Brazilian Mortgages, explica que os CRIs são bons investimentos, porém alerta para seu principal defeito. "Os certificados imobiliários não tem mercado secundário, isso afasta o investidor. Falta liquidez".

Além destas emissões, existem as debêntures - títulos de dívida emitida por empresas -, mas seu processo pré-compra ainda é demorado, com prospectos de linguagem complicada para a maior parte dos investidores. "Cerca de 80% das emissões não vão para o mercado porque o investidor não entende da operação", diz Zani.


 


Zani se refere à emissão ocorridas, principalmente em 2007, quando não houve demanda de compra dos títulos. O primeiro foi da PDG Realty, no valor de R$ 250 milhões, em seguida teve uma emissão da Rossi Residencial no montante de R$ 300 milhões e, por fim, foi a operação da Klabin Segall, que movimentou R$ 38,5 milhões. "Não tivemos demanda nestas operações", revela Zani.

Para os especialistas, a debêntures tem ainda o problema de não trazer garantis, o que pode afastar ainda mais o investidor.

Além disso, Zani alerta para que o mercado tenha menos custos e maior rentabilidade. "Se não conseguirmos preços em bom nível as securitizadoras irão crescer muito. O fundo imobiliário não tem liquidez porque não tem mercado secundário, mas se conseguir uma boa liquidez é o investimento mais fácil para crescer no Brasil", afirma o executivo.

Notas promissórias
A Camargo Corrêa Empreendimentos Imobiliários, aprovou na última terça-feira, através de uma Reunião do Conselho de Administração, a Distribuição Pública de Notas Promissórias Comerciais, no valor de R$ 100 milhões.

Na ocasião, serão emitidos 36 títulos em 9 séries, com valor unitário de R$ 2,75 milhões da 1ª a 8ª série e R$ 3 milhões na 9ª série. A emissão será física, ficando depositadas no Banco Bradesco.

A remuneração sobre o valor nominal unitário incidirá juros correspondentes à variação acumulada de 126,00% da taxa média diária dos depósitos interfinanceiros denominada "Taxa DI over extra grupo". O prazo de vencimento será de 120 a 360 dias contado da data de emissão.


Fonte: DCI-SP - Eduardo Puccioni

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