Governo estuda criar juro intermediário para Minha Casa
Mecanismo pode ser criado para minimizar as vendas perdidas pelo desenquadramento nas regras do programa
14 de fevereiro de 2011 - O governo federal estuda criar faixas intermediárias para os juros do programa Minha Casa, Minha Vida, suavizando a escalada da taxa ao longo da faixa de renda que vai até R$ 4.900. "Os juros mudam com um degrau muito grande. Talvez tenhamos que diminuir esse degrau", disse nesta sexta-feira o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, após a divulgação do balanço do banco, que bateu novo recorde no crédito habitacional, emprestando R$ 77,8 bilhões em 2010, 57,2% a mais do que no ano anterior.
O mecanismo pode ser criado para minimizar as vendas perdidas pelo desenquadramento nas regras do programa por elevação no valor do imóvel ao longo da construção. Nesta segunda fase, o valor aumentou de R$ 130 mil para R$ 170 mil, mas o teto só vale após a publicação de portaria do Ministério das Cidades e do manual do agente operador, o que deve acontecer em até 60 dias.
Na prática, isso quer dizer que a Caixa ainda não consegue aprovar financiamentos com esse novo valor, mas pode receber propostas e aguardar a mudança oficial para efetuar o contrato.
Outro fator de desenquadramento é a mudança na renda mensal familiar, de até R$ 4.900, teto que era antes de R$ 4.650 para o Minha Casa e esse mesmo valor para recursos do FGTS em geral. Na prática, Hereda admite que o recado do governo é que as pessoas que quiserem comprar imóveis com valor próximo ao limite devem ter mais entrada. "O que temos que discutir é se essa população tem poupança para atingir os R$ 170 mil", ressalta o vice-presidente do banco. Para ele, o Ministério das Cidades "está preocupado em não ampliar muito o funding [fonte] do Fundo de Garantia para rendas muito maiores", já que essa fonte de recursos tem juros menores.
Fonte: DCI - SP