Governo perde a conta de quanto gastará no Rio
Presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, confirma que não existe mais uma previsão de investimentos
05 de junho de 2012 - O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, confirmou ontem que não existe mais uma previsão de gastos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, em 2016. No lançamento da candidatura, o investimento havia sido estimado em US$ 11,6 bilhões (R$ 23 bilhões) para as obras de infraestrutura, e US$ 2,8 bilhões (R$ 5,7 bilhões) para a formação do Comitê Organizador.
Segundo o presidente da APO - órgão do governo federal responsável pelo acompanhamento dos preparativos para os Jogos do Rio -, os valores da candidatura eram uma "referência", e muitas obras ainda estão apenas na fase de projetos. Por isso não é possível estimar o custo total. Mesmo sem a definição, Fortes prometeu que os projetos vão sempre buscar o "menor valor possível".
As autoridades brasileiras conseguiram entregar somente na semana passada ao Comitê Olímpico Internacional (COI) a Matriz de Responsabilidades, documento que detalha as obras e responsáveis pelos investimentos e execução em cada nível de governo (estadual, municipal ou federal). O COI esperava a entrega da matriz desde 2010. Ontem, no Rio, Fortes apresentou o planejamento aos integrantes da Comissão de Coordenação do COI para os Jogos do Rio.
As obras envolvendo a cidade (cerca de 350) foram separadas em dois grupos: "Fizemos uma divisão levando em conta o que é essencial para a realização dos Jogos e quais obras são essenciais para a cidade, mas, se não ocorrerem, não impediriam a realização da Olimpíada. Mas isso não significa que elas não ficarão prontas a tempo", disse.
Entre as "essenciais" aos Jogos (cerca de 100) está o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, que abrigará o Centro de Imprensa e disputas de modalidades em 2016. Já a construção da linha 4 do metrô, que ligará a zona sul à Barra da Tijuca, foi classificada como "não essencial". O presidente da APO havia abordado os temas na edição de ontem do jornal Lance!. A visita do COI termina amanhã. Hoje, os integrantes acompanharão o andamento de obras.
Maracanã
O governo do Rio quer evitar que o estádio seja administrado por um único clube. A secretaria estadual da Casa Civil analisa proposta de modelo de concessão do Maracanã à iniciativa privada.
Depois da análise, será realizada licitação para a escolha dos administradores. "Não será direcionada a clubes", disse o secretário Régis Fichtner. Mesmo que a empresa ou consórcio vencedor firme parceria com um time carioca, o governo quer evitar "exclusividades". "O Maracanã será a casa de todos", disse Fichtner.
Fonte: O Estado de São Paulo