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Imobiliárias entram no segmento de comerciais

Texto: Redação AECweb

Tendência é influenciada pelo aumento da demanda por imóveis comerciais e pela queda das taxas de juros

12 de agosto de 2009 - A queda das taxas de juros e o aumento da demanda por imóveis comerciais criou uma segunda onda no mercado - depois das construtoras, agora as imobiliárias e consultorias migram para o nicho de escritórios de pequeno e médio porte. A Local Imóveis acaba de criar um novo braço de negócios, a Local Business, e a multinacional CB Richard Ellis está atuando na locação e gerenciamento de conjuntos comerciais de até 500 m2.

Tradicional no mercado paulista no segmento residencial, a Local Imóveis tinha planos de abrir uma área apenas para salas comerciais, casas e galpões no ano passado. Adiou os planos por conta da crise e, com o reaquecimento do mercado, resolveu inaugurar a nova divisão, que terá uma equipe de 40 corretores. A área residencial, que existe há 36 anos, tem 270 corretores.

A Local fechou uma parceria com a BM Sua Casa, empresa de crédito imobiliário para pessoas físicas do grupo Brazilian Capital, que terá uma linha de crédito especial. A BM Sua Casa irá financiar até 70% do valor do imóvel - tradicionalmente as linhas para imóveis comerciais chegam a 50% - por até 30 anos a uma taxa de 1% ao mês mais IGPM. "Esse tipo de iniciativa cria uma nova dinâmica para imóveis comerciais, com mais liquidez na revenda", afirma Elyseu Mardegan Jr, da BM Sua Casa. "A compra pode ser mais competitiva que o aluguel, principalmente agora que os juros estão caindo."

Nos próximos 12 meses, a Local Business estima atingir R$ 5 milhões em receita e um valor geral de vendas de R$ 100 milhões em cerca de 200 transações. "Acreditamos que haja muita demanda para esse tipo de negócio, há uma carência de profissionais especializados em comerciais de médio porte", diz Sara Sguillaro, sócia diretora da Local, que pretende atender o mercado entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão. "São necessários dois anos para consolidar o negócio", avalia.

O mercado de escritórios e casas para fins comerciais é muito pulverizado e atendido por imobiliárias com atuação regional, muitas vezes restritas a determinados bairros. Já o segmento de corporativos, que envolve a venda de andares e prédios inteiros, além de terrenos para imóveis industriais, está nas mãos de grandes empresas.

A própria CB Richard Ellis é mais conhecida por atuar na intermediação de grandes negócios, mas há cinco anos criou uma divisão para comerciais de menor porte. Inicialmente, o objetivo era chegar a áreas de até mil metros quadrados, mas a empresa está atuando mais em transações de imóveis de, no máximo, 500 m2. "Estamos dobrando o faturamento da área a cada ano", afirma Walter Cardoso, presidente da CB Richard Ellis. A empresa tem feito uma média de 150 negócios por ano.

Nesse caso, o foco está na locação. A empresa está começando um trabalho junto com as construtoras para ajudar os investidores a atrair ocupantes no final da obra. "Estamos atuando desde a concepção do produto até na elaboração do marketing para dar suporte a quem compra o imóvel para renda", diz.

O mercado de conjuntos comerciais pequenos está crescendo rapidamente e, no caso da venda, a concorrência com imóveis novos é enorme. Apenas este ano, em São Paulo, foram lançados onze edifícios, que movimentaram R$ 800 milhões, segundo dados da CB Richard Ellis.

Fonte: Valor Econômico

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