Imobiliárias podem ganhar com mercado internacional
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Trabalho em rede é caminho para expandir horizontes de atuação
17 de setembro de 2013 - Realizar um negócio internacional é mais fácil do que parece. “É como comprar um filhote de cachorro”, brinca Jonathan Asbell, corretor de imóveis de sucesso nos Estados Unidos convidado pela Rede Secovi para a palestra Negócios Internacionais. De acordo com ele, é necessário, no entanto, que algumas medidas sejam adotadas para o negócio seja fechado em consonância com o que é bom para o corretor e para o cliente.
“Se o cliente que você indicou ao corretor dos EUA tiver uma experiência ruim, adivinha quem vai ser culpado e perder o relacionamento?”, indagou, elencando as responsabilidades e atribuições do intermediador que indica um cliente a um parceiro. Para Asbell, é necessário identificar a razão pela qual o comprador quer adquirir o imóvel, informar-se com relação à documentação necessária (preferencialmente com um advogado), calcular as despesas inerentes à operação, além de alertar o cliente quanto às peculiaridades das leis locais.
Asbell recorreu ao exemplo das restrições existentes em Nova York em relação às políticas de locação – algumas extremamente restritivas. Se bem feito, “o trabalho em parceria com o corretor do outro país pode significar oportunidades e fontes de renda para o futuro”, avalia Asbell. “Setenta por cento das vendas de condomínio em Nova York no ano passado foram para estrangeiros”, citou, dimensionando o potencial desse mercado.
Trabalhar com regrar claras, que deem aos intermediadores e clientes o mínimo de previsibilidade legal em casos fortuitos, é essencial para a segurança dos envolvidos nas negociações. E é exatamente isso, na avaliação de Asbell, que falta ao mercado brasileiro. “Não há aqui aquele padrão de resolver processos que temos lá nos Estados Unidos”, afirmou. Exemplificou com o que o binômio Realtor-NAR representa lá. Corretores de imóveis ligados à associação da categoria seguem uma série de condutas e recomendações que nivelam por cima a atuação desses profissionais. Graças a isso, o cenário à realização de parcerias torna-se mais propício, uma vez que as partes sentem-se respaldadas.
Asbell também orientou sobre como gerenciar as expectativas de pessoas que visam comprar imóveis em Miami e Flórida. “Há gente que fala para o brasileiro que é fácil encontrar apartamento em Miami por US$ 100 mil. Vocês acham que os barões do próprio Estados Unidos não estão atrás de oportunidades como essas?”, disse, aduzindo que o momento do mercado imobiliário americano é de muita demanda e pouca oferta.
O passo a passo que envolve os processos de busca, oferta e fechamento do negócio fora do País também foi abordado pelo palestrante, como contratação da intermediação, pagamento da entrada, documentos, inspeção, transferência da segunda entrada, preenchimento de formulários específicos, contratação de seguro, entrevistas, assinatura de documentos, entre outros.
Como o corretor brasileiro pode ganhar com isso? - Um exemplo citado por Asbell é o de brasileiros que vendem suas casas no litoral de São Paulo e investem os recursos obtidos nos EUA. “Os corretores dessa região podem entrar em contato com corretores norte-americanos para indicar esses clientes”, sugeriu, em alusão à possibilidade de realização de parcerias internacionais – filosofia também abrangida pela Rede Secovi, cuja plataforma de trabalho integra 130 países, 140 mil imobiliárias e mais de 2,8 milhões de imóveis.
“Nesse universo, sem dúvida, nossas imobiliárias e corretores de imóveis aqui do Brasil têm seus horizontes de atuação ampliados, o que pode gerar mais lucros e benefícios a todos”, diz Nelson Parisi Júnior, presidente da Rede Secovi.
Exemplo recente que comprova como essa dinâmica de negócio dá certo ocorreu dentro da Rede Secovi. Um CEO de uma empresa inglesa residente no Brasil procurava um imóvel para alugar. Com mais de um ano de busca, não encontrou o que queria. O executivo entrou em contato com seu corretor de imóveis de confiança, sediado na Holanda. Por meio de um portal imobiliário internacional, esse corretor localizou o imóvel ideal para seu cliente – um apartamento na região do Brooklin, zona sul de São Paulo, o qual estava na carteira de uma imobiliária da Rede Secovi. A consolidação do negócio só foi possível porque o corretor holandês e o brasileiro utilizavam plataforma de trabalho em rede. “A onda de trabalhar sozinho, isolado, acabou. A partir de agora, as imobiliárias precisam entrar de vez nos negócios em parceiras”, finaliza Parisi.