Imóveis corporativos de luxo voltam a atrair os empresários
Empresas de várias áreas voltaram a enfocar a expansão de suas infraestruturas
07 de agosto de 2009 - A volta da confiança no desempenho da economia brasileira começa a estimular novamente empresários brasileiros e estrangeiros aos investimentos no mercado imobiliário corporativo. É o que mostra levantamento da Colliers International sobre o segundo trimestre de 2009, em São Paulo.
No estudo, empresas de várias áreas voltaram a enfocar a expansão de suas infraestruturas, o que provocou aumento nas consultas e decisões imobiliárias no fim do período, principalmente entre empreendimentos de alto padrão, afirma André Strumpf, da divisão de escritórios da Colliers.
Segundo os dados da Colliers, o mercado de escritórios em edifícios A e A+ (considerados de alto padrão) ocupa, hoje, 1.123.112 metros quadrados em São Paulo.
As áreas disponíveis representam 83.562 metros quadrados, distribuídas nas principais regiões de escritórios da capital, e respondem a vacância de 5,3% nos edifícios A+ e de 6,9% nos edifícios A.
A consultoria estima que até o final de 2009 se dê o incremento de quase 160 mil m² de novas áreas de escritórios, número sustentado pela entrega de cinco empreendimentos, com destaque para as torres do International Plaza II (Itaim) e do Grupo Santander (Vila Olímpia).
Para André Strumpf, tais dados permitem estimar para o final deste ano estoque de 1.366.430 m² e vacância não superior a 11%, denotando um mercado saudável e resistente.
"Percebemos que em razão da crise financeira mundial, muitas empresas, principalmente aquelas que são ligadas ao setor imobiliário, como as da indústria automobilística e de autopeças, foram mais cautelosas nas tomadas de decisão. Antes, elas não vislumbravam um horizonte de mudança. Porém, tais medidas se reverteram no final de junho, quando este horizonte passou a existir e os processos de mudança e expansão aconteceram de novo", declarou o executivo da Colliers.
Recorde
Um exemplo de negócio bem-sucedido no segmento de imóveis corporativos de luxo são os complexos urbanísticos de alto padrão desenhados pela AlphaVille Urbanismo, que com 14 anos de existência já contabiliza mais de 35 milhões de metros quadrados de urbanização, número que saltará para cerca de 140 milhões até 2012, como afirma Fábio Valle, diretor comercial da empresa.
O desempenho de vendas do segmento surpreende quando vem a notícia de que o AlphaVille Granja Viana, lançado no mês passado pela corporação, e que consumiu aporte de R$ 30 milhões, viu nas primeiras quatro horas de abertura do estande 80% dos lotes do empreendimento comercializados, o que gerou um VGV (valor geral de vendas) de R$ 80 milhões. Os lotes comerciais vendidos saem a R$ 800 o m².
"Percebemos um mercado bastante otimista e clientes cada vez mais seletivos na escolha dos empreendimentos. Eles estão em busca de conceitos diferenciados, imóveis ecologicamente corretos e sustentáveis, justamente por perceberem ser uma grande oportunidade de investimento, de alta liquidez e grande aceitação e valorização comercial", disse Valle.
Projetado em uma área de mais de 600 m², dos quais 380.241 m² correspondem a áreas verdes, o AlphaVille Granja Viana reunirá 304 lotes residenciais e 29 lotes comerciais.
Valle explica que estes lotes comerciais localizam-se junto a entrada do empreendimento, do lado externo, o que possibilita que serviços como farmácias, padarias, lojas de confecção e escolas de inglês lá instalados, se beneficiem da boa localização e de toda a infraestrutura do complexo urbanístico.
A perspectiva da retomada do crescimento da economia também traz expectativas de negócios a shopping centers, a escritórios pequenos, de 30m² a 40 m², e a galpões industriais de grande porte. Afirmativa que vem ao encontro do otimismo observado nas palavras de João Crestana, reeleito recentemente presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) que também crê no potencial do mercado corporativo.
"Os investidores estão ativos na procura por imóveis desta categoria porque acreditam que o Brasil está andando, sem nenhuma euforia, é claro, mas bem melhor do que vem acontecendo lá fora. Isto significa novos negócios todos os dias e novas empresas à procura de sede", diz o presidente da entidade, afirmando que tal momento de euforia pode ser comparado ao de 2000, quando empreendimentos dirigidos às classes média e média alta cresciam cerca de 10% ao ano.
Fábio Rossi, diretor de Marketing da Itaplan Imóveis, também engrossa o coro e reforça que o "melhor investimento ainda é o mercado imobiliário". A Itaplan prevê o lançamento de 56 empreendimentos comerciais e residenciais. Entre eles encontram-se imóveis que vão de R$ 150 mil a R$ 1 milhão. Eles esperam vender 7,8 mil unidades até o final de 2009, o que contabiliza um retorno de R$ 1,2 bilhão à companhia.
Fonte: DCI