Imóvel de um dormitório é foco do mercado imobiliário de SP
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Crescimento de vendas de moradias de um dormitório no primeiro semestre deste ano subiu 330%
05 de setembro de 2013 - Os imóveis de um dormitório continuam ganhando espaço no portfólio das incorporadoras e construtoras da capital paulista. Segundo especialistas, os apartamentos de até 44 metros quadrados atraem não apenas jovens solteiros, mas casais sem filhos, idosos e investidores que querem lucrar com o aluguel.
Segundo o Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o crescimento de vendas de moradias de um dormitório no primeiro semestre deste ano subiu 330%, de 964 para 4.147 empreendimentos, na comparação com o mesmo período de 2012. Com isso, a representação das unidades de um quarto passou de 8% para 23% do mercado paulistano.
Segundo Miro Quintaes, diretor de atendimento da consultoria de imóveis Lopes, se considerada a demanda, houve poucos lançamentos de um dormitório na capital paulista por vários anos. “De quatro anos para cá, a oferta voltou. Havia uma procura muito grande para esse tipo de apartamento.”
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009 para 2011, a tendência de crescimento dos imóveis de um quarto já era visível. O número de domicílios com apenas um morador passou de 7 para 7,8 milhões, enquanto a quantidade de imóveis com quatro ou mais moradores caiu em 533 mil unidades.
Com a procura em alta, o diretor da Lopes afirma que este tipo de imóvel acaba sendo vendido mais rapidamente. “No Brooklyn (zona sul), vendemos todas as unidades em quatro meses. Já em outro empreendimento, na Av. Santo Amaro, praticamente resolvemos as vendas em uma semana. Tudo vendido na planta.”
A arquiteta Chris Silveira também diz que os pedidos por projetos de imóveis de um quarto aumentaram no último ano. “Estávamos trabalhando muito com apartamento de dois dormitórios, mas no último ano o perfil mudou um pouco.” Segundo ela, até 25% dos projetos são para unidades de apenas um dormitório.
“O que estamos sentindo com as incorporadoras é que a procura está muito grande, e a oferta deste tipo de imóvel é pequena. As unidades vendem muito rápido.” Segundo ela, há conjuntos de 250 apartamentos de 30 metros quadrados que esgotam em uma semana. (240 unidades).
A procura pelos apartamentos menores seria parte de uma tendência, também vista em metrópoles como Londres e Nova York, da preferência pela localização sobre o tamanho do imóvel. “E o mercado percebeu que São Paulo estava caminhando nesse sentido. Hoje, troca-se área privativa pela localização”, afirma Miro.
Segundo ele, os imóveis menores também são mais fáceis de alugar, o que atrai um público de investidores e acelera as vendas. Além disso, com a procura em alta, há casos em que aluguéis podem superar os de unidades de dois dormitórios, afirma a arquiteta Chris Silveira.
Perfil
Em localizações mais valorizadas, como a Vila Nova Conceição e Brooklyn, na zona sul, ou Jardim Paulista, na zona oeste, o preço das unidades de cerca de 40 metros quadrados pode ultrapassar a faixa dos R$ 450 mil e chegar até R$ 650 mil. Mesmo assim, em algumas localidades não há oferta de apartamentos deste perfil, afirma o diretor da Lopes.
O tamanho dos imóveis encomendados pelas incorporadoras varia de 29 a 44 metros quadrados. O público alvo inclui executivos, casais jovens, idosos, e pessoas já separadas, com filhos adultos. Em contrapartida ao espaço limitado, as áreas comuns são generosas: há lavanderia, academia, áreas com Internet sem fio, os chamados espaços gourmet (para receber convidados) entre outros.
Além da facilidade da localização, serviços pagos também fazem parte do atrativo dos imóveis. “Muitos oferecem serviços de limpeza, por exemplo; então você pode sair de casa sabendo que há uma faxineira que atende o prédio à disposição”, afirma Silveira. “E há empreendimentos que tem até 400 unidades. Como o custo desses serviços é diluído por todas as, não fica tão caro.”