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Índice de Confiança da Construção (ICST) volta a cair em novembro

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

De acordo com pesquisa do FGV/Ibre, queda de perspectiva se deu por alta de juros, inflação e custos de insumos

Confiança Construção
O declínio do índice trimestral surgiu após cinco meses de altas consecutivas (Foto: Indypendenz/Shutterstock)

30/11/2021 | 15:26 – A Confiança do Empresário, um nome popular dado ao Índice de Confiança da Construção (ICST), caiu 0,8 ponto durante o mês de novembro: agora, o valor é de 95,3 pontos. Essa é a segunda queda consecutiva do índice, sendo que, em nível trimestral, o recuo foi de 0,3 ponto — o declínio surgiu após cinco meses de altas consecutivas.

Quem aponta esses dados é a equipe de Sondagem da Construção da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), que elaborou uma pesquisa mensal para monitorar possíveis tendências econômicas do setor. Um dos quesitos abordados nas possíveis tendências é o nível de confiança, que denota uma percepção dos empresários em relação ao cenário recente, atual e futuro do ramo. Ela é classificada em uma escala de 0 a 200, sendo que resultados a partir da posição 100 já são descritos como otimistas.

Para a consulta relacionada ao mês de novembro, foram considerados os dados de 591 empresas, que deram declarações entre os dias 1º e 23 deste mês. O declínio aconteceu, de acordo com a pesquisa, principalmente em função dos próximos meses e a incerteza atrelada a eles, ao passo que a percepção do cenário atual se mantém estável.

O Índice de Confiança da Construção é calculado por meio da média aritmética entre o Índice da Situação Atual (ISA-CST), que ficou com 92 pontos (1 ponto a mais em relação à última pesquisa), e o Índice de Expectativas (IE-CST), que caiu de 98,7 pontos para 97,1 pontos, ou seja, uma diferença de 1,6 ponto — o menor nível desde junho de 2021.

Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, contou que esta segunda queda consecutiva da confiança dos empresários na construção revela um final de ano com panorama mais desafiador para empresas. “A atividade perdeu força em novembro, embora ainda predomine a percepção de crescimento. Por outro lado, a alta das taxas de juros, uma inflação mais disseminada e custos crescentes minam as expectativas de continuidade da tendência de melhora dos negócios”, analisa a economista.

No quesito “perspectivas futuras”, os níveis de ICST permanecem preocupando os agentes do setor: eles estão abaixo do nível neutro há 4 meses, principalmente por conta da queda de 2,3 pontos no indicador que mede as expectativas do âmbito durante os seis meses seguintes. A previsão dos números acerca da demanda esperada também incentivou os níveis negativos, já que regrediu em 1 ponto e totalizou 100,8 pontos.

Limitações

Na análise do ano de 2021 como um todo, o motivador mais citado como verdadeiro limitante ao desenvolvimento empresarial no ramo da construção foi a elevação do custo dos materiais. Além de ser considerado, por si só, um contratempo alarmante, essa movimentação se deu simultaneamente à alta dos custos setoriais. Dentro do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção), o componente relativo aos materiais e equipamentos registrou em junho a maior taxa em 12 meses desde 1996. Isso significa que 45,7% das empresas têm intenção declarada de elevar seus preços, contra 1,9% que consideram atenuação.

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