Indonésia construirá nova capital
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Jacarta, a atual capital do país, está afundando devido a enchentes e extração excessiva de água subterrânea
A sede do governo será transferida para Calimantã e se chamará Nusantara (Foto: Creativa Images/Shutterstock)
19/01/2022 | 12:38 – Na última terça-feira (18), o Parlamento da Indonésia aprovou o projeto de construção da nova capital do país em Calimantã, na ilha de Bornéu. O projeto do presidente Joko Widodo dispõe de US$ 32 bilhões (R$ 177 bilhões) e prevê o desenvolvimento de uma nova cidade em uma área de floresta.
Atualmente, a sede do governo fica em Jacarta, mas a cidade vem sofrendo com enchentes e extração excessiva de água subterrânea, que vem afundando toda a região. Estudos mostram que as regiões ao norte da cidade afundam até 25 cm por ano. A estimativa de um estudo publicado em outubro de 2021 é de que até 25% da área esteja submersa até 2050.
Além disso, o governo também viu a reestruturação do país como uma oportunidade para redistribuir as riquezas pelo território indonésio. O novo local é quase quatro vezes maior que o anterior, onde estão 60% da população e mais de 50% da atividade econômica do país.
“A nova capital tem uma função central e é um símbolo da identidade da nação, bem como um novo centro de gravidade econômica”, explica o Ministro do Planejamento, Suharso Monoarfa.
O projeto é uma proposta recorrente do presidente desde 2019, mas não havia ganhado aprovação até o momento por conta da pandemia de Coronavírus. A expectativa é de que, após a liberação do Congresso, as obras comecem ainda em 2022.
O novo local já possui até nome: Nusantara. Em javanês, significa “arquipélago”, e foi escolhido por Widodo como uma forma de representar a geografia local. O único possível malefício na mudança, apontado pelos ambientalistas, é o risco de impactos ecológicos na nova capital.
Esses riscos compreendem tanto os perigos da interação entre os novos moradores e os animais característicos das florestas tropicais de Calimantã — que compreendem orangotangos, ursos e macacos-narigudos — quanto a poluição e o desmatamento que acompanham o crescimento populacional a partir de agora.