Indústria cimenteira projeta alta de 6% neste ano
Regiões Nordeste e Centro-Oeste puxaram as vendas no país
08 de janeiro de 2010 - Após fechar 2009 com expansão em torno de 1%, em cerca de 51,8 milhões de toneladas, o consumo de cimento no Brasil poderá alcançar novo recorde neste ano.
As projeções, cautelosas, do da indústria cimenteira apontam para um aumento de 6% em 2010, puxado pela construção de moradias, principalmente no segmento de baixa renda, da retomada de edificações comerciais, industriais e de serviços e por obras de infraestrutura. Com isso, a demanda poderá bater em 55 milhões de toneladas.
Ontem, os dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), mostraram que o ano passado fechou com vendas no mercado interno de 51,26 milhões de toneladas.
Esse volume representou acréscimo de apenas 0,1% sobre 2008, mas dezembro - mostrando o ritmo forte da demanda no país - encerrou com alta de 4,4% sobre o mesmo mês um ano atrás, com total de 4,2 milhões de toneladas de produto despachadas.
No último mês do ano, a região Centro-Oeste surpreendeu entre as demais, respondendo por aumento de 15,5% nas vendas das fabricantes do setor. Foi seguida pelo Norte, com 7,6%. No ano, entretanto, o melhor desempenho de comércio do setor ocorreu na região Nordeste, com 4,1% de alta. O Centro-Oeste veio logo abaixo, com 3,6%. Já o Sudeste, que fica com metade do total de cimento consumido, apresentou recuo de 2% e ficou igual a 2008.
José Otávio Carvalho, vice-presidente executivo do SNIC, afirmou que o desempenho do ano ficou dentro das expectativas, dado o cenário pós-crise da economia mundial e seus efeitos no Brasil. "É um resultado bastante satisfatório", afirmou, lembrando que em 2008 o consumo no país havia crescido 14% sobre o ano anterior.
"O que houve de extraordinário em 2009 foi a sustentação do nível de consumo no mercado nacional, o qual despencou em vários outros países, como Espanha, Rússia, Itália, Japão e Estados Unidos".
O que sustenta o consumo, disse o executivo, é o aumento de renda das pessoas, disponibilidade de crédito e capitalização de incorporadoras e construtoras, aliados a investimentos em obras de infraestrutura em em programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida.
"Mas esses programas e investimentos precisam ser consistentes e contínuos", observou. Segundo Carvalho, desde 2006 - quando o consumo no país voltou ao nível de 2000, com 40 milhões de toneladas - a construção habitacional, do Norte ao Sul, vem em ritmo crescente.
Fonte: Valor Econômico