Indústria da construção pretende investir R$ 15 bi no Rio até Olimpíadas
Metade dos investimentos previstos pelo Sinduscon-Rio para os próximos seis anos na cidade deve ser aplicada em obras de infraestrutura
26 de janeiro de 2010 - De olho nas Olimpíadas e na Copa do Mundo, o setor de construção civil do Rio de Janeiro mira cinco mil casarões espalhados pelo centro histórico da cidade. A idéia é transformá-los em pousadas, hotéis e moradias para atender à enxurrada de turistas e ao crescimento acelerado da economia carioca nos próximos anos.
Trata-se de um dos projetos das obras que deverão movimentar R$ 15 bilhões em investimentos nos próximos seis anos, numa estimativa ainda preliminar do Sindicato da Indústria da Construção Civil no estado fluminense (Sinduscon-Rio).
"Existe uma enorme quantidade de imóveis antigos na cidade que estão servindo para projetos de moradia do Minha Casa Minha Vida e que podem ser transformados também em pousadas e hotéis", disse ao iG o presidente do Sinduscon-RJ, Roberto Kauffmann, referindo-se ao projeto habitacional do governo federal. Segundo ele, a sugestão já foi encaminhada à Prefeitura do Rio. Com baixa ocupação habitacional e muitos imóveis abandonados, a zona portuária é um dos principais alvos da indústria da construção civil na área central do Rio.
Metade dos investimentos previstos pelo Sinduscon-Rio para os próximos seis anos na cidade deve ser aplicada em obras de infraestrutura. Outros R$ 7,5 bilhões serão destinados à habitação. Os números, porém, estão sujeitos a revisão, pois a indústria da construção ainda não obteve dos órgãos públicos respostas para seus projetos.
"O setor de transportes já está sofrendo transformações. Outros setores estão avançando no planejamento. Da parte da construção, contudo, precisamos ainda discutir com os órgãos públicos. Isso nos tem causado certa preocupação", conta Kauffmann.
Para o Sinduscon-Rio, a cidade precisa pensar em acomodações para pessoas de renda média, e não apenas em empreendimentos de luxo. Na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, informa que também tem discutido a necessidade de novos albergues e pousadas com órgãos públicos. Ele cita como oportunidade a revitalização de imóveis em Santa Teresa. O bairro é reduto de ateliês e galerias de arte - e muito popular entre turistas.
Há atualmente 28 mil quartos na cidade. E, no momento, estão sendo tocados 19 projetos de construção de hotéis na cidade. A ABIH-RJ espera um aumento de 10 mil quartos até os Jogos Olímpicos, em 2016 - o que atenderia a demanda no evento.
Fonte: IG - SP