Indústria da construção volta a crescer no segundo trimestre, diz CNI
Setor fecha três meses com avaliação positiva do seu desempenho, mostrando recuperação em relação ao primeiro trimestre do ano
28 de julho de 2011 - Após um começo de ano de retração da atividade a indústria da construção civil voltou a crescer no segundo trimestre, apontou a sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada hoje. Para a maior parte das empresas pesquisadas o mês de junho foi melhor para os negócios que o de maio, e o nível de atividade ficou acima do usual para o mês. Com esse resultado, o setor fecha três meses com avaliação positiva do seu desempenho, mostrando recuperação em relação ao primeiro trimestre do ano.
Segundo Renato da Fonseca, gerente executivo de pesquisa da CNI, a recuperação é reflexo do fim do período de chuvas, que atrapalhou os investimentos da construção no começo do ano, e da retomada dos investimentos públicos em infraestrutura. É comum que em começo de governo haja uma redução dos investimentos, e isso foi sentido tanto no governo federal como nos estaduais, diz Fonseca.
O fim da dificuldade trazida pelo clima é verificada pela queda desse fator entre as preocupações das grandes empresas de 34% no primeiro trimestre para 19% no segundo. O principal problema apontado pelos empresários continua sendo a falta de mão de obra qualificada, que já está refletindo em aumento do custo de pessoal, hoje em terceiro lugar na lista de preocupações do setor.
O crescimento verificado no primeiro trimestre, porém, ainda é restrito às grandes empresas. Segundo Fonseca, isso ocorre porque as companhias maiores são mais preparadas para enfrentar flutuações do mercado. Normalmente as grandes empresas trabalham em mais de um mercado e possuem condições de se endividar mais, explica. Ele acredita, porém, que se o crescimento for mantido, em breve as empresas menores também recuperarão suas atividades.
Dentre os setores da construção, o de construção de edifício é o que a apresenta melhor desempenho na pesquisa, mostrando a força que o mercado imobiliário mantém, mesmo depois do fim de incentivos dados ao setor para minimizar os impactos causados pela crise financeira mundial de 2008.
A expectativa das companhias de construção em relação aos próximos seis meses é de expansão da atividade, apesar desse otimismo ser menor do que o verificado há um ano. De acordo com Fonseca, a retomada dos investimentos em infraestrutura pelos governos federal e estaduais e a recuperação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida são razões para esse otimismo.
Um dos problemas apontados pelas companhias é de que o acesso ao crédito continua difícil, questão que não existia até o terceiro trimestre do ano passado. Para o gerente de pesquisa da CNI, isso é reflexo do fim das condições especiais dadas ao setor no período mais crítico da crise financeira mundial e da política atual de restrição ao crédito do Banco Central.
A Sondagem Indústria da Construção de junho foi realizada com 411 empresas, com coleta de dados realizada de 1 a 15 de julho.
Fonte: G1