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Indústria de cimento afasta o "fantasma" da importação do produto

Texto: Redação AECweb

Como a demanda vai além das expectativas, as empresas estão aumentando os planos de investimentos.

4 de maio de 2010 - A indústria cimenteira nacional quer afastar o "fantasma" das importações ao anunciar novos investimentos no setor e reafirmar ter condições de abastecer o mercado interno, apesar do ritmo acelerado da demanda por conta das obras imobiliárias e de infraestrutura.

Para se ter uma ideia, as vendas do insumo ultrapassaram a marca das 13 milhões de tonelada no primeiro trimestre de 2010, perfazendo um salto de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic); a expectativa inicial era de que esse incremento ficasse na casa dos 7%.

Mas, se o avanço da demanda vai além das expectativas, empresas como a Votorantim Cimentos, por exemplo, ajustam para cima seu plano de investimentos. Inicialmente, a companhia previa implantar 14 fábricas no período entre 2007 e 2013, e na semana passada, acrescentou 8 novos projetos ao bolo - incluindo as três plantas que a companhia passará à Lafarge por conta da aquisição de um fatia da Cimpor. Com isso, os aportes totalizarão R$ 5 bilhões até 2013.

"Estamos mantendo uma ociosidade estratégica, que vai saltar de entre 5% e 10% para entre 20% e 30% nos próximos anos", disse Walter Schalka, presidente da Votorantim Cimentos, durante a divulgação dos planos. Em resposta aos rumores de possíveis importações, a Votorantim coloca que sua estratégia tem "o objetivo de assegurar o abastecimento de cimento em localidades que poderão apresentar elevada taxa de crescimento no consumo", conforme nota enviada ao DCI.

Ao todo, o grupo contemplará mais fábricas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste do País, e acaba de inaugurar nove outras plantas. A ideia da empresa é "estar geograficamente mais próxima dos mercados de alto potencial".

Vale lembrar que, recentemente, três empresas nacionais -Votorantim, Camargo Corrêa e Companhia Siderúgica Nacional (CSN)- digladiaram-se para comprar a portuguesa Cimpor, na busca de aumentar seus ativos dentro do segmento. A própria CSN acaba de anunciar a construção de três plantas que consumirão US$ 600 milhões, a serem construídas nas Regiões Nordeste, no Centro-oeste e Sul brasileiras.

Cenário

O fato é que as estatísticas do Snic referentes à comercialização de cimento, em março, já apontavam um avanço de 20% em relação a igual mês do ano passado, porém José Otávio de Carvalho, principal executivo da entidade, disse à imprensa que, embora o mercado esteja cada vez mais aquecido, ainda não há falta do insumo no País, e colocou que se houver alguma importação, será isolada.

Fonte: DCI - SP

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