Indústria de material para construção projeta crescimento de 12% este ano
Mercado pretende duplicar faturamento anual até 2016
23 de setembro de 2010 - O mercado de material de construção prevê um aumento nas vendas entre 10% e 12% este ano, rumo ao objetivo de duplicar o faturamento anual até 2016. A indústria, que hoje fatura R$ 96 bilhões, deve chegar ao ano das Olimpíadas com R$ 188 bilhões, segundo Melvyn Fox, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
O crescimento das vendas da indústria - que representa 9,2% do PIB brasileiro - ainda depende da decisão do governo em manter ou não a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para esses materiais. Caso o governo decida por cobrar o IPI, o crescimento deve ser em torno de 8% a 10%, avalia o presidente da Abramat.
"Nós não estamos pleiteando mais prazo sem o IPI: nós queremos uma redefinição do cenário tributário do País", afirma Fox. A desoneração deve permanecer em vigor até o dia 31 de dezembro deste ano. O setor tem reclamado também a desoneração total de PIS e Cofins da atividade da construção para obras habitacionais destinadas a famílias de renda de até 10 salários mínimos.
A indústria de material para construção está operando em 88% de sua capacidade instalada, mas os investimentos em ampliações têm garantido o atendimento da demanda sem sobrecarregar as empresas. "O nível de investimento está atendendo o crescimento da demanda por conta da perspectiva das políticas de infraestrutura, que independem das mudanças no governo", afirma Fox.
A utilização da capacidade instalada da indústria, segundo a Abramat, manteve-se estável em 87% durante seis períodos de avaliação; a medição de setembro último registrou o aumento de um ponto percentual. Segundo a entidade, este aumento foi responsável por um acréscimo de 40% nas vendas do setor.
Os investimentos na cadeia produtiva da construção civil somaram R$ 244 bilhões em 2009. Em 2005, os aportes para o setor eram de R$ 168 bilhões, o que indica uma expansão de 10,3% ao ano. "Isso equivale a uma taxa de crescimento anual 5,2% superior à da variação do Índice Geral de Preços (IGP-DI) no período", acrescenta a entidade, em comunicado.
Desoneração
A Abramat divulgou ontem uma pesquisa em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV) que revela os impactos da desoneração tributária. Segundo o estudo, em dez anos apenas o mercado da construção civil seria responsável pelo crescimento de um ponto percentual na taxa de crescimento PIB do Brasil.
Pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre os efeitos da desoneração, a pedido da Abramat, aponta a que entre 2008 e 2009 o valor adicionado da cadeia da construção (o PIB do setor) cresceu 4,5%. Na mesma base de comparação, a receita tributária aumentou 2,5%, enquanto a carga tributária recuou de 20,9% para 20,5% do valor adicionado da cadeia da construção.
Fonte: DCI - SP