Infraestrutura puxa recuperação do setor
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Construção civil cresce nos últimos meses
25 de outubro de 2013 - Puxada pelo ramo de infraestrutura, a construção civil mostrou sinais de que deve voltar a registrar crescimento nos últimos meses do ano. Dados de atividade, situação financeira e expectativas do segmento apontam para uma "tendência de melhora, indicando que o período mais negativo do ano já passou", segundo a Sondagem Indústria da Construção, relativa a setembro, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre agosto e setembro, a atividade do setor ficou praticamente estável, na avaliação da CNI, pois o indicador que compara o resultado dos dois meses ficou em 49,7 pontos, bem próximo da linha divisória de 50 pontos. O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos representam retração da atividade em relação ao mês anterior.
O segmento de obras de infraestrutura foi o que apresentou melhor desempenho na comparação com construção de edifícios e serviços especializados (empresas que prestam serviços para os demais ramos, como assentamento de azulejos).
De acordo com a pesquisa, os sinais mais positivos no mês passado elevaram as perspectivas do setor. "Os empresários ficaram mais otimistas para os próximos seis meses, o que também indica que a construção pode voltar a crescer", disse Danilo Garcia, economista da CNI.
Também foi feito um levantamento com as empresas de construção civil sobre as expectativas em relação ao nível de atividade, novos empreendimentos e serviços, compras de insumos e número de empregados. Todos os quatro itens apresentaram resultados mais positivos em outubro em relação a setembro, o que também foi puxado pelo ramo de obras de infraestrutura.
Os executivos avaliaram ainda a situação financeira das empresas do setor e a margem de lucro operacional das companhias no terceiro trimestre do ano como "insatisfatórias". No entanto, a "percepção é menos negativa que a do trimestre anterior", destacou a pesquisa. Em relação à situação financeira, o indicador foi de 48,5 pontos no terceiro trimestre ante 46,7 pontos nos três meses anteriores. Já o índice sobre a margem de lucro avançou de 44,2 pontos para 46,3 pontos no terceiro trimestre.
A sondagem também mostrou dados negativos sobre o setor de construção civil. Um deles é que a dificuldade de acesso ao crédito aumentou na passagem do segundo para o terceiro trimestre. O indicador caiu de 43,2 pontos para 41,8 pontos, o pior resultado da série histórica, iniciada em dezembro de 2009. "Isso acaba comprometendo o giro das empresas com investimentos de longo prazo", disse Garcia.
Outro resultado ruim para as indústrias do setor foi que os preços dos insumos aumentaram entre o segundo e terceiro trimestres. O indicador de inflação de matéria-prima do setor no período de julho a setembro ficou em 60,4 pontos. Essa taxa foi de 63,3 pontos nos três meses anteriores. Portanto, os dados mostram que os preços dos insumos do segmento continuaram subindo, porém em ritmo menor, pois o indicador se aproximou da linha divisória de 50 pontos. "A alta dos preços foi menos disseminada", afirmou o economista da CNI.
Entre os problemas citados pelos empresários no terceiro trimestre, a escassez de mão de obra qualificada começou a perder importância. Apesar de a elevada carga tributária ainda ser a principal reclamação da indústria da construção civil, a falta de demanda ganhou peso na lista de problemas do setor entre o segundo e terceiro trimestres.